-Mãe? - Eda chamou baixinho entrando no pequeno quarto improvisado e bem equipado.
- Filha! Quase não acreditei quando seu pai disse que estava indo te buscar na rodoviária. - ela disse deixando transbordar toda a sua alegria – Achei que você não pudesse vir.
- Estou aqui, não estou? - Eda disse a tranquilizando – E vou ficar! Já juntei bastante dinheiro e não preciso mais ficar longe.
- Você esta tão linda. - sua mãe disse lhe acariciando os cabelos – Adorei o novo visual.
- Obrigado mãe.
- Mas... você esta tão abatida, minha filha. Anda se alimentando bem?
- Sim, só estou cansada da viajem. E a senhora mãe? Esta tão magra.
- São os remédios querida, não se preocupe. Mas vamos falar de você! Me conte... e o seu emprego?
- Me demiti. - mentiu – Já juntei o bastante de dinheiro nesses dois meses que estive fora. Lá na cidade, os salários são bem maiores aos daqui.
- Você vai voltar para lá?
- Talvez algum dia eu me sinta preparada para voltar. - ela disse dando de ombros enquanto acariciava as bochechas de sua mãe
- Foi uma tremenda sorte você ter conseguido esse emprego. Eu não sei nem como lhe agradecer.
- Ei, nada disso, você é minha mãe e eu te amo muito. - Eda disse com um sorriso no rosto – Não me faça chorar!
- Oh minha vida, - sua mãe disse emocionada – estava com tantas saudades. Mesmo com você ligando todos os dias, meu coração de mãe gritava para ter você aqui perto debaixo da minha asa.
Eda abraçou novamente sua mãe com força.
- Assim que a minha imunidade subir e esta infecção desaparecer, vou lhe mostrar a minha nova plantação de orquídeas e roseiras.
- Nova plantação? - Eda perguntou curiosa tentando apagar a imagem do pequeno jardim que fizera na casa dele.
- Sim. Foi a primeira coisa que eu fiz assim que consegui voltar a andar depois daquela cirurgia. Cirurgia feita graças ao dinheiro que você conseguiu trabalhando. - sua mãe disse carinhosa – Você tem noção que me deu o maior presente que eu poderia receber? Depois de tanto tempo presa a esta cama, finalmente sinto minhas pernas!
Os olhos de Eda se encheram de lagrimas ao ver a mãe mechando os dedinhos do pé.
- Então, me conte as novidades. - sua mãe pediu – Como anda a minha filha postiça?
Eda riu e começou a contar sobre a gravidez e o casamento de Ceren.
- Espero poder ir no casamento.
- Você vai. - Eda garantiu esperançosa.
Dois dias mais tarde, sentada de baixo de uma arvore, Eda terminava de ler a carta que Ceren havia lhe enviado contando as novidades:“Marcamos a data do casamento. Sera logo depois do nascimento do bebê. Estou tão contente Eda! Finalmente conheci a numerosa família de Engin...”
Mas foi na terceira folha, da “pequena” carta, que o sangue de Eda gelou;
“ Serkan pergunta por você o tempo todo. Já não esta mais acreditando na história de você ter sumido do mapa e que nem eu sei onde você esta. Ele esta magro e abatido desde que você se foi. Engin me disse que talvez ele esteja doente, e também disse que Beren foi demitida naquele mesmo dia. Aquela vadia...
Quando você vai voltar? Estará aqui para o casamento e para o nascimento certo? Estou com tantas saudades irmã...
Te amo.
Any.”