Serkan tinha plena certeza que nunca em sua vida, havia ido para a empresa tão angustiado. Se estava bravo com Eda? Oh sim estava, mas a vontade te beijar-lhe a boca e lhe levar até o ápice do prazer era muito maior... Tão maior que chegava a ser sufocante.
Ele afrouxou a gravata e a voz de Belinda lhe tirou dos pensamentos:
- Serkan? - ela disse estralando os dedos na frente dele
- Perdão. - ele disse limpando a garganta - Falávamos sobre …?
- Esta tudo bem com você? - ela perguntou parecendo realmente preocupada
- Sim. Prossiga por favor.
Ela continuou lhe falando sobre os compromissos e as reuniões que ele teria naquela manhã, e ele teve de fazer uma força tremenda para prestar atenção em tudo o que ela dizia.
Quando por fim a última reunião foi encerrada já eram quase quatro da tarde, e Engin estava impaciente ao seu lado:
- Não acredito que ainda nem almoçamos! - ele reclamou novamente
- Você tem quantos anos? Cinco? - Serkan disse revirando os olhos
- Fome não tem idade. - ele disse bravo fazendo Benu rir.
- Vou ver se consigo algo para vocês comerem. - ela disse caminhando para fora da sala.
- Benu... - ela virou-se - … antes de tudo, ligue para minha casa e pergunte como Eda esta se sentindo.
Ela assentiu e passou pela porta com passos largos.
- Aconteceu alguma coisa? - Engin perguntou parecendo esquecer um pouco da fome.
-Eda teve um torcicolo. Quero apenas saber se a dor já passou. - Serkan respondeu começando a digitar algo que parecia importante no computador.
- Vocês estão brigados? - Serkan o encarou sério – Notei vocês distantes no jantar, e o seu humor também não esta dos melhores hoje.
- Você é pago para ser meu advogado ou meu psicologo?
- Nossa, e não é que a briga foi feia! - ele disse ignorando a arrogância do amigo – Quer me contar alguma coisa?
- Não. Definitivamente não.
- Mas você sabe que … - Serkan o interrompeu
- Mais uma palavra, e eu vou despedir você. - ele ameaçou
- Tudo bem, mas … - voltou a ser interrompido
- Mais uma, e alem de despedi-lo eu também vou lhe dar um soco!
Engin jogou a cabeça para traz e riu com vontade, porem preferiu ficar calado. Provocar Serkan nem sempre era seguro o bastante.
Benu entrou novamente na sala. Porem agora suas mãos estavam ocupadas com uma bandeja que continha comida e dois copos de suco.
- Oh, muito obrigado. - Engin disse começando a comer.
- Você fez o que eu lhe pedi? - Serkan perguntou parecendo não se importar com a bandeja recheada posta sobre a sua mesa
- Ah sim! - ela disse depois de alguns segundos parecendo ter que lembrar do que Serkan falava – Eu liguei, mas ninguém atendeu. Eda deve estar dormindo.
Algo no tom da voz dela fez Serkan apertar os olhos e franzir a testa, ainda mais bravo:
- Não seja indelicada. É da minha mulher que você esta falando. - ele disse ríspido o bastante para que Benu ficasse sem jeito.