Com um só pulo Eda ficou de pé, aguardando ansiosa que a porta abrisse. Ceren pelo contrário, pareceu não ouvir o barulho da porta e continuou sentada.
Tudo aconteceu em uma fração de segundos, porém para Eda que estava com o coração trancado na garganta, foi como se tudo estivesse em câmera lenta.
A porta finalmente abriu e finalmente Ceren pareceu perceber o barulho, pois com um pulo também se pôs de pé.
Serkan colocou o primeiro pé dentro de casa sob o olhar de Eda.
Com a gravata frouxa, e o cabelo desarrumado ele a encarou serio.
- Eda.- ele disse parecendo surpreso – O que faz acordada ? - perguntou fechando a porta
- Te esperando. - ela respondeu segurando a raiva
- Já é tarde, porque voc.. - ele se auto interrompeu quando percebeu a presença de Ceren - .. Oi Ceren. - disse fazendo um leve gesto com a cabeça
- E ai. - a loira disse receosa.
Pelo olhar que a amiga lançava para o “marido”, parecia que estava prestes a matá-lo. E isso era uma coisa que Ceren não gostaria muito de presenciar, pois em geral, sempre que Eda ficava brava, cuspia fogo pela boca.
- Eu vou ligar e avisar o Engin. - ela avisou pegando o telefone e indo em direção a cozinha.
- O que exatamente ela vai avisar para o Engin ? - ele perguntou tirando a gravata de vez e a atirando no sofá
- Que você chegou. - ela respondeu de má vontade
- E porque ele precisa saber ? - disse com a sobrancelha erguida
- Porque você preocupou todos nós. - ela disse brava – Sabe que horas são Serkan?
Serkan suspirou. Já conhecia Eda o bastante para saber que uma bela de uma discussão estava por vir.
- Eda, quem sabe agente conversa amanhã ?
- Eu perguntei se você sabe que horas são ! Me responda. - ela disse batendo o pé
- Não eu não sei. - ele disse bufando, sem paciência
- É quase meia noite Serkan! Você nunca chegou tão tarde.
- Até onde eu sei eu não tenho hora pra chegar na minha casa. - ele disse irônico
- Porque você não atendeu o celular ? - ela disse o ignorando – Te liguei mais de 20 vezes.
- Esta sem bateria, e eu sei me cuidar. - ele respondeu ríspido
- É mas eu fiquei morta de preocupação. - ela rebateu indignada – Aonde você estava afinal ?
- Eda, eu não te devo satisfações. - ele disse sério
- Custava ao menos ligar para dizer que iria chegar tarde ? - ela perguntou gritando – Eu imaginei que pudesse ter lhe acontecido mil e uma coisas.
- Eu não lembrei de ligar ! - ele também gritou
- Não grite comigo Serkan ! - ela gritou ainda mais alto
- Ora, e o que você esta fazendo comigo ? Falando amigavelmente é que não é. - ele ironizou sem baixar o tom de voz
- Eu estava apenas preocupada com você. - ela cuspiu as palavras
- Eu nunca pedi que você se importasse comigo, nem que se preocupasse, portanto não lhe devo satisfações.
O silêncio caiu sobre eles, porem dessa vez ele vinha cheio de significado.
Eda engoliu o nó que se formou em sua garganta, e seu coração batia como se também estivesse gritando. Respirando fundo e olhando para Ceren que estava parada na porta da cozinha escutando a discussão ela disse sussurrando, falando alto o suficiente apenas para que Serkan escutasse :
- Você tem razão. Eu sou mesmo uma estupida. Eu quase morrendo de preocupação aqui, enquanto você devia estar se divertindo horrores.
- O que você quis dizer com isso ? - ele perguntou confuso
- Mas não se preocupe. - ela continuou como se ele não houvesse falado nada – A partir de hoje eu não ligo mais. Ceren, - ela foi logo dizendo antes que ele falasse algo – me espere aqui, desso em dois minutos.
- Aonde você vai ? - ele perguntou com o cenho franzido.
Porém, ela simplesmente subiu as escadas sem responder nada, escutando as batidas aceleradas do seu coração, e sentindo as lágrimas quererem escapar-lhe dos olhos.
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