Capítulo 87

543 53 3
                                    

Serkan estacionou seu esportivo vermelho em frente a sua casa, e entrou sem fazer barulho.
Não precisou pensar muito sobre onde encontrar Eda. Pelo contrário, afrouxando a gravata ele foi logo para o pequeno “jardim” improvisado.
Ela estava agachada com os cabelos presos e com com uma tesoura na mão parecendo muito concentrada em tirar as folhas murchas da pomposa flor que ele não soube identificar.
Ficou alguns segundos quieto, extremamente indeciso. Depois da conversa com Engin, desconhecia outra palavra que o descreve-se naquele momento além de confuso. Extremamente confuso.
- Melhorou do torcicolo? - ele perguntou de repente.
Completamente assustada e pega de surpresa, Eda gritou e caiu sentada no chão frio e sujo de terra.
Diante de tal cena, a última coisa que Serkan conseguiu fazer foi ficar sério. Ele se desmanchou em gargalhadas.
- Que droga! - ela disse virando-se para ele – Quase morri do coração! - disse respirando fundo com a mão em cima do peito.
- Desculpe. Não quis assustá-la. - ele disse ainda com um largo sorriso nos lábios
- Tudo bem, sem problemas. Só estava distraída. Que horas são? Não é cedo para você já ter chegado em casa?
- Saí mais cedo. - ele disse dando de ombros como se não tivesse importância – Você ainda não me respondeu.
- Sobre o qu.. Ah, o torcicolo. - ela disse lembrando – Esta melhor. Já não me doí. - garantiu sorrindo
- Fico feliz. - retribuiu o sorriso
Pelo menos o susto havia feito as coisas ficarem menos pesadas entre eles.
O silêncio caiu sobre eles e ambos não disseram mais nenhuma palavra.
Serkan mergulhou no mar daqueles olhos grandes e brilhosos que lhes deixou sem fôlego, e parecendo afundar-se ainda mais, ele foi até um abismo de incertezas e medos, o deixando ainda mais confuso.
- Bom... - ele disse sentindo a garganta fechar – Te-tenho que trabalhar. Qualquer coisa estarei em meu escrito
-tório.
Ele saiu com passos largos e apressados.
Por Deus ele havia mesmo gaguejado?!
Eda era uma feiticeira por conseguir fazer isso com ele.
Assim que a porta do escritório se fechou e ele se sentiu seguro, desabou em umas cadeira respirando fundo.
As palavras de Engin ainda atormentavam sua mente e nublavam seus pensamentos.
Ele nunca admitiria para si mesmo o real motivo para aquele suor frio que começou a lhe molhar a testa, e nem do frio terrivelmente desconfortável que estava no seu estomago. Porém, mesmo não admitindo, estava com medo... Medo de que Engin tivesse realmente razão.

Amor por contrato Onde histórias criam vida. Descubra agora