Os dedos de Leila afrouxaram o aperto e Eda conseguiu libertar o braço.
Avançou em passos largos pelo corredor que conhecia tão bem, e logo avistou a mesa de Beren, ou ao menos, a mesa onde Beren deveria estar trabalhando. Logo a sua frente a grande e alta porta apareceu. Não importava quanto tempo ele fosse demorar, ela esperaria e por fim colocaria os pingos nos “is”. Eda sorriu e colocou a mão na maçaneta respirando fundo. A partir dali era tudo ou nada!
- Serkan! - A voz manhosa de Beren lhe chegou aos ouvidos – Por favor...
Eda empurrou a grande porta que se abriu sem o menor sinal de barulho ou ruido. E então o chão que até pouco tempo atras estivera abaixo dos seus pés desapareceu. Seu coração começou a bater freneticamente e sua respiração falhou... Agora entendia o motivo da insistência de Leila.
Por Deus onde ela estava com a cabeça ao acreditar que podiam tentar ter um casamento de verdade? Ao acreditar em tudo o que Serkan dissera? Céus como era idiota!
As lágrimas queimaram seus olhos e a garganta se fechou implorando por um soluço. Ela engoliu seco. Não faria isso... Não iria chorar não ali!
Ela ficou ali enquanto via Beren, apenas de sutiã e com uma saia que não cobria quase nada, beijar seu futuro ex-marido. Serkan tinha as mãos nos ombros dela e parecia tentar falar alguma coisa enquanto a vadia continuava lhe beijando com volúpia.
- Beren... - Serkan enfim conseguiu dizer e ela se afastou para encará-lo.
- Sii... - ela perdeu a fala e de pronto a expressão de seu rosto ficou petrificada de... assombro.
Dali em diante tudo aconteceu bastante rápido. Vendo o olhar apavorado que Beren lançava para a porta Serkan se virou para encontrar o par de olhos castanhos que o olhava com indiferença.
- Eda! - ele sussurrou levantando da cadeira com um pulo.
A camisa dele e o cinto estavam abertos, Eda pode perceber:
- Surpresa! - ela disse com as mãos na cintura e a voz carregada de ironia – Eu vim lhe mostrar o meu novo visual Serkan... - ela disse mexendo nos cabelos – O que achou?
- Não é nada do que você esta pensando. Calma, eu posso explicar! - ele disse com a mão estendida em sua direção
- Mas eu não falei nada. - ela disse dando de ombros sem esconder a ironia – Desculpe ter chegado assim sem avisar. - ela fez uma careta – Não queria ter atrapalhado vocês.
- Eda... - ele começo a falar mas ela o interrompeu
- Não se de ao trabalho Serkan. - ela disse com a voz firme – E tente recuperar um pouco da compostura... - ela disse sinalizando a sua roupa – … prometo nunca mais interrompê-los. - ela apertou a bolsa com força e girou os calcanhares caminhando de pressa pelo corredor.
- Eda espere! - ele gritou apavorado enquanto tentava ficar apresentável para poder ir atras dela.
Ela não parrou pelo contrário continuou andando ainda mais rápido e quando as portas do elevador se fecharam logo atrás de si ela respirou fundo. Não iria aguentar aquilo... nunca.Beijinhos e até mais 😘