- Eda? - Serkan gritou largando a maleta no sofá
- Aqui no jardim! - ela respondeu com outro grito.
Ele caminhou até lá e a encontrou sentada na terra, rodeada por plantas que ele mal sabia identificar, em meio ao pequeno jardim, que crescia um pouquinho mais todo o dia.
Elas, as flores, já não lhe causavam dor... não lhe lembravam a morte nem o sofrimento. Não lhe lembravam o amargo velório de seus pais... Tudo graças a Eda. E agora as mesmas flores que durante tanto tempo lhe transmitiam tristeza, agora lembravam ela. Sua Eda. Ele sorriu contente.
- Serkan! - ela gritou mostrando que já o estava chamando a algum tempo.
- Hmm?
- Perguntei se você esta bem.
- Estou. - ele respondeu confiante
- Ótimo, então porque não tira esse sorriso idiota do rosto e vem me dar um beijinho?
O sorriso dele aumentou.
Ele deu alguns passos terminando com a distância que havia entre eles, se abaixou e colou os lábios nos dela como uma leve carícia.
- Você é muito mazinha. - ele disse quando afastou um pouquinho os lábios
- Sou é? - ela disse com os olhos brilhando de divertimento
- Sim. - ele sussurrou prendendo o lábio inferior dele entre seus dentes e o puxando. Ela sorriu mais e então acariciou a bochecha dele.
Serkan soube que tinha alguma coisa errada no exato momento em que sentiu a mão dela inconstando nele. Sentiu algo gelado em sua bochecha e então arriscou um rápido olhar para as mãos delas.
- Você me sujou com areia?
- Não. - ela disse sem tirar o brilho de divertimento dos olhos – Isso não é areia.
- Então o que é isso? - ele disse sorrindo de forma ameaçadora
- Um tipo de fertilizante.
- Um tipo de fertilizante? - ele repetiu juntando as sobrancelhas
- Isso.
- Você colocou esterco em mim? - ele perguntou com a voz ameaçadora o bastante, enquanto ela apenas riu.
- Sim. De vegetais apodrecidos.
Sim ela era muito mazinha.
- Eu vou contar até dez Eda. Um.... Dois....
Com um pequeno gritinho ela saiu correndo para dentro da casa.
Quando Serkan finalmente gritou o “dez”, ele levantou como um predador. Aquele jogo havia se tornado um passatempo para eles durante os quatro dias que haviam se passado. E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ele podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama.
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