Capítulo 101

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Eda abriu a boca para responder e logo voltou a fechá-la. Não se tinha o que responder. Afinal não era exatamente isso que ela queria?
Ela virou-se para a porta e deu um passo na sua direção, e logo outro, e outro, e mais outro, até que se encontrou em seu quarto sozinha. Ele não havia gritado seu nome nem havia lhe agarrado o braço como ela achava que faria. Ele não havia lhe beijado e também não havia tentando convencê-la a permanecer em seu quarto. Não havia nem sequer tentado seduzi-la. A única coisa que ele havia lhe dado era o direito de escolha, e por Deus, ela nunca pensou que não gostasse de tê-lo, até aquele momento.
Ela sentiu um gosto amargo na boca e fechou os olhos com força.
Ela não queria se apaixonar ainda mais por ele e tinha tomado a decisão logicamente certa, então porque seu coração batia tão forte e a náusea lhe embriagava os sentidos? Porque toda aquela angustia e aquele aperto no peito? Suspeitava que nunca na vida havia se sentindo tão doente.
Serkan nunca mais a perdoaria, e ela sabia disso e não temia que não poderia suportá-lo. Céus, o que ele queria era apenas dividir uma cama. O que significava isso pra quem já estava legalmente casado, e com uma aliança no dedo?
Ela suspirou pesadamente e uma parte – para não dizer toda –, de si começou a gritar enlouquecidamente “volte para ele, agora!”
Ela sentiu os olhos se inundarem, afinal, quem estava querendo enganar?
Talvez, - ela começou dizendo a si mesma – talvez se eu continuar com uma distância aceitável, meus sentimento não me enlouqueçam. Talvez, se eu não me aconchegar em seus braços todas as noites as coisas continuem como estão.
“Volte pra ele, agora!”
Ela ouviu as batidas do coração ecoando em seus ouvidos.
Tudo bem, não era uma coisa difícil. Em realidade era ate fácil de mais.
Em uma onda de adrenalina era abriu a porta de seu quarto e atravessou o corredor quase correndo. Estava a dois passos do quarto de Serkan quando a porta se abriu. Ela paralisou. Ele paralisou.
O olhar de ambos se encontrou e depois de alguns segundo – quando recuperaram o dom da fala – disseram:
- Estava indo no seu quarto. - os dois falaram juntos e logo sentiram-se envergonhados.
Dominada pela coragem e pela adrenalina Eda falou:
- Não quero brigar com você.
Ele deu dois passos acabando com a distancia entre ambos e pegou o delicado rosto dela entre as mãos;
- Eu também não quero brigar com você. - ela fechou os olhos procurando pelo seu autocontrole novamente e quando ele pareceu que iria começar a falar ela colocou um dedo sobre seus lábios e pediu:
- Não... não fala nada, você complica de mais as coisas.
Ele riu quebrando um pouco a tesão.
- Você é um idiota. - ela falou revirando os olhos.
- Porque? - ele quis saber recordando do dia em que se conheceram no estacionamento...
- Porque você ainda não me beijou. Posso saber o que você esta esperando?
O sorriso dele se tornou mais largo, e ele tirou uma mão de seu rosto para descê-la ate a sua cintura e a puxá-la mais para perto.
- Nada. - ele sussurrou e então a beijou.

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