Pegando um novo papel, Eda começou a responder dizendo que estaria lá para o casamento e que junto com ela, levaria a mãe que estava quase curada da infecção. Contou sobre suas próprias novidades ainda que poucas e terminou com um pedido solene:
“Não diga em circunstância nenhuma para ele onde eu estou. Não quero vê-lo e não me importa o que ele tenha feito com Beren. Confio em você e sei que não vai me decepcionar. Peça para Engin aprontar logo os papeis do divórcio. Eu te amo, Eda.”
Ele... Ela havia decidido banir definitivamente o nome dele de sua cabeça. Talvez assim junto com o nome, sumisse também a lembrança da voz rouca e sensual, do corpo quente e aconchegante, das mãos grandes e macias, da boca tão... Oh, pare com isso! - ela mesma se ordenou.
Como se por costume, procurou pelo anel em seu dedo para girá-lo, mas não o encontrou. Olhando para as próprias mãos, onde antes estivera a larga aliança, agora estava vazio... Ela estava decidida a diminuir as lembranças dele a qualquer custo, e fora por isso, que deixará a aliança e todos os vestidos e sapatos que ele havia lhe dado. Não queria voltar a vê-lo, e isso era uma escolha sem volta. Já estava doendo de mais ter de lembrar da cena que virá, não precisava de mais mentiras...
Respirando fundo, olhou para o céu coberto de nuvens. Sabia que toda aquela angustia um dia iria passar. Algum dia, teria de passar!
Ela olhou novamente para a carta que tinha entre os dedos. Porque ele estaria procurando-a? Já havia lhe dito que lhe reembolsaria todo o dinheiro assim que pudesse, e era exatamente isso que ia fazer. Não havia motivo para mais desgaste emocional.
Juntando suas coisas, entrou em casa. Não era luxuosa como a dele, nem tinha banheira e piscina, mas era grande, aconchegante e supria todas as necessidades. Tinha um bom chuveiro com água quente, uma cama macia, e apesar da pintura amarelada e antiga das paredes, era igualmente linda.
- Filha? Pode vir aqui? - Sua mãe gritou do quarto
Sem hesitar, Eda foi depressa:
- Tudo bem? - perguntou preocupada
- Sim, - sua mãe lhe sorriu – quero conversar com você.
Eda sorriu e sentou-se na cama pegando as frágeis mãos de sua mãe e colocando entre as dela. Olhando-a nos olhos a Sra. Yildiz perguntou:
- Esta tudo bem?
- Sim. - Eda disse confiante
- Você não me parece bem...
- Estou apenas entediada. Acho que a partir de amanhã vou começar a ajudar o papai no campo. Sabe como é... - ela disse dando uma piscadela – nada mais divertido do que dar umas voltinhas de trator e ordenhar umas vacas.
Sua mãe riu e junto com o riso veio um acesso de tosse.
- Aqui, beba. - Eda disse lhe estendendo um copo d'água.
- Obrigada filha. - sua mãe disse quando a tosse cessou – Sabe... - ela disse se ajeitando na cama – talvez tudo isso seja divertido e tudo mais, mas não acho que o seu problema seja diversão.
- Eu não tenho um problema. Estou ótima.
- Tem um coração partido, então?