-Desculpe. - ele disse parecendo sincero – Estava quase subindo para lhe chamar. Benu disse que bateu em nossa suíte mas que você não atendeu.
Ela franziu as sobrancelhas. Fazia mais de uma hora que havia saído do banho, e mesmo enquanto estava na banheira, ela ouviria sem a menor sombra de duvidas se alguém tivesse batido na porta.
- Oh, creio que posso ter estado bastante distraída. - ela disse sorrindo para Benu, porem algo lhe dizia que a mulher estava mentindo.
- Deixe-me lhes apresentar. - Serkan pediu – Esta é minha esposa Eda e estes são Eddy e Fred. - ele disse em um inglês com sotaque.
- É um prazer conhecê-los senhores. - Eda disse também em inglês fazendo Serkan a olhar com admiração.
- O prazer é nosso em ver tanta beleza reunida em uma mesma mulher. - o mais velho disse em inglês beijando sua mão.
Logo o mais novo o imitou sorrindo sedutor e Eda corou, sentando-se ao lado de Serkan.
Não demorou muito para que o jantar ficasse pronto, e assim que Serkan teve a oportunidade disse baixo suficiente para que apenas ela escute-se :
- Você me surpreendeu muito hoje.
- Você não lembrava que eu falava inglês não é ? - disse sorrindo – Estava no meu currículo, a culpa não é minha se você não o leu com atenção.
- Isso também. - ele admitiu – Mas estou falando do vestido. Quando o comprei lhe imaginei dentro dele, mas está muito melhor do que a minha imaginação. - ele disse malicioso lançando um olhar rápido para o decote que as alças transpassadas forneciam.
Ela riu e corou ao mesmo tempo.
- Então Eda... - o canadense mais novo disse os interrompendo – Você esta gostando daqui ?
Voltando a falar inglês ela disse o quanto estava gostando.
Tudo estava transcorrendo bem durante o jantar e os canadenses estavam encantados com o inglês e com os conhecimentos de Eda. Ela não estava diferente, estava se deliciando com a sobremesa quando Benu disse cheia de veneno :
- E então Serkan, quando vamos repetir a dose ?
Eda se engasgou e agradeceu pelo falo dos canadenses não falarem a língua deles.
- Quando tivermos outra conferência. - ele disse despreocupado olhando para ver se Eda estava bem
Ela tomou um gole de água e limpou a garganta, sentindo-se envergonhada. Aquilo já era de mais. Ele estavam marcando o próximo encontro na frente dela ?!
Como se tivesse lido seus pensamentos, o canadense mais velho levantou-se e disse suspirando :
- Nós já vamos indo. - ele anunciou começando a se despedir.
Após mais alguns cumprimentos e elogios eles se retiraram, e Eda incomodada com as companhias que restaram disse :
- Se me dão licenças, vou deixá-los a sós. - ela disse girando nos calcanhares e saindo pela mesma porta que havia entrado.
Não iria dar o gostinho de ficar e mostrar que se importava com as traições de Serkan.
Quando alcançou o elevador realmente achou que estava salta, não tinha notado que Serkan estava a dois passos atras dela.
A porta do elevador fechou e ela cruzou os braços, brava :
- O que houve ? - ele perguntou
- Nada. - ela disse dando de ombros – Você poderia ter ficado com Benu se quisesse.
- E porque eu faria isso ? - ele perguntou querendo saber onde ela queria chegar.
- Ora porque ! - ela disse sem alterar a voz em respeito as demais pessoas no elevador – Não se faça de desentendido. Odeio quando você faz isso. - ela disse fria.
Parecendo também estar começando a ficar bravo ele suspirou, e ambos ficaram em silêncio até que o elevador chegasse ao andar 23.
Quando as portas se abriram ela saiu primeiro e foi logo abrindo a porta da suíte.
- Não sei porque esta tão fria comigo. - ele disse assim que fechou a porta do quarto – É uma maneira de demonstrar que esta nervosa porque vamos ter de dormir no mesmo quarto?
- Não seja estúpido ! - ela disse tirando as sandália – Não sou criança Serkan. E você também não se faça de desentendido. Ou acha que eu não via como Benu te olhava ? E outra, o que foi aquilo de “quando vamos repetir a dose?” - ela disse imitando a voz de Benu.
Ele sorriu satisfeito.
- Você esta com ciúme.