CAPÍTULO SEIS 🍁

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- Tudo pronto?

- Sim - Respondeu Thomas, evasivo.

- Cara, eu comi três vezes nessa manhã. Que café delicioso! Podíamos abrir um restaurante, você não acha? Você seria o melhor chef da cidade.

Thomas riu, conseguindo recuperar o humor leve.

- Eu sou veterinário, cozinheiro apenas nas horas vagas - Ele deu uma piscadela humorada - Há muitas pessoas na área da culinária que são bem melhores que eu. Você verá quando chegarmos em Skweny, os pratos são extremamente saborosos.

Os olhos de Matthew brilharam ao ouvir isso, o sorriso ficando mais largo a cada instante. A ansiedade de conhecer a nova cidade estava o consumindo, mas preocupava-se com Thomas. Ele não parecia muito bem...

- Já tentou imaginar qual vai ser a reação dos seus pais? - Perguntou.

Thomas franziu um pouco a testa, de modo instintivo, ao ouvir a pergunta. Por fim, suspirou.

- Imagino que devem ter se perguntado durante todos esses anos se eu estava bem, ou até mesmo vivo... - Ele pensou em voz alta, falando mais para si mesmo - Não sei como vão reagir quando me verem. De qualquer forma, minha partida deve ter causado muito dano, espero deixá-los feliz com minha volta.

Matt inclinou a cabeça levemente para o lado, hesitante.

- Acha que eles pensam que você... - Ele engoliu em seco - Que você morreu?

O outro deu de ombros.

- É uma possibilidade muito grande, visto que eu estou há sete anos longe sem dar nenhuma notícia.

- Você é mesmo um irresponsável, Wihners - Disse o amigo, mas o tom acusador não era realmente sério - Ah, veja! A carruagem chegou. Vamos, estou ansioso para conhecer Skweny e a sua querida irmã. Deve ser muito bonita, suponho.

- O que disse?

- Refiro-me a cidade, é claro.

Thomas estreitou os olhos.

- A cidade, hum?

Matt abriu um sorriso amarelado, pegando uma bolsa de couro e a colocando sobre o ombro largo.

- Vamos logo, cara, não quero chegar muito tarde.

O Wihners assentiu, passando na frente dele e entrando na carruagem primeiro, como uma criança competitiva.

🍁

A cada segundo que se passava dentro daquela carruagem rumo a Skweny, Thomas sentia o ar ficar mais denso. Passara sete anos perdido, isolado e sendo atormentado pelos anos anteriores. Decidira seguir o próprio caminho, tentando esquecer o que havia acontecido e buscar um futuro melhor... E, então, dentro de uma semana apenas, resolveu tudo o que precisava ser feito para que pudesse voltar para casa, permanentemente. Era tão intrigante como a vida podia mudar de uma hora para outra.

Quando estava nervoso, tentava regular a respiração contando até vinte lenta e mentalmente. Era o que estava fazendo naquele exato momento, além de as pernas não pararem quietas. Os joelhos se balançavam incansavelmente em um ritmo espontâneo.

- Dezoito, dezenove, vinte. Pode parar de contar e, por favor, não fique tão ansioso, estou ficando maluco vendo você balançar as pernas sem parar - Matthew arqueou as sobrancelhas, encarando-o.

Thomas desviou o olhar da vidraça para encarar o amigo.

- Tudo bem - Disse, mordendo a parte interna da bochecha - Você acertou as contas da casa corretamente antes de sairmos?

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora