CAPÍTULO SESSENTA E TRÊS 🍁

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Três meses depois
Todas as sextas-feiras o Centro de Teatro proporcionava ao público uma nova apresentação, e como prometido, Thomas estava na primeira fileira para aplaudir a esposa de perto. Margot brilhava com a sua doce voz e o modo delicado de apertar as teclas, fazendo sair delas a mais pura magia da música.

Ao final do evento, pessoas paravam para elogiá-la e até lhe davam flores e doces. Ela precisou comprar alguns vasos para essas ocasiões, porque os que tinha em sua casa já não eram suficientes para acolher todos os gestos de carinho.

— O que acha de visitarmos sua mãe antes de irmos para casa? — Perguntou Thomas com o braço entrelaçado ao dela.

Margot sorriu para duas damas que passaram por seu caminho e voltou sua atenção novamente para o marido.

— Eles ainda não retornaram. Pela carta que recebi mais cedo, parece-me que só estarão de volta na semana que vem.

— Certo, então iremos visitá-los na próxima semana.

Thomas ajudou a esposa a subir na carruagem e logo se juntou a ela. Martha e Nicolas haviam partido para uma viagem de lua de mel há quase um mês. O chapeleiro pretendia expandir os seus negócios e aproveitou a ocasião para estudar melhor as chapelarias sofisticadas de outras cidades enquanto desfrutava do passeio com a sua mulher, deixando o seu ambiente de trabalho sob os cuidados de Matt durante esse período.

Sophia estava se adaptando ao estilo de vida da cidade e até começou a receber visita de outras damas, com as quais tomava chá e compartilhava momentos de sua vida. Matthew levava o filho para o trabalho uma vez por semana, assim, Austin conheceria melhor a realidade urbana e passaria um tempo a sós com o pai, desde muito cedo tendo contato com o mundo dos negócios ao ajudar na criação de peças e produtos que seriam vendidos para as mais variadas pessoas de Skweny e outras cidades.

O Sr. Nick aprovou a ideia e amou conhecer o garotinho, até levava biscoitos para a criança e perguntava qual cor ficaria melhor em determinadas peças. Austin era muito crítico, mesmo que ainda estivesse aprendendo a falar. Nicolas dava boas risadas com a criança em seu ambiente de trabalho, mas nunca perdendo a seriedade e dedicação que o tornavam um profissional excepcional.

O Sr. Wihners retornou aos tribunais, todavia, com uma agenda seleta e reduzida. Continuou priorizando o atendimento domiciliar para cuidar das questões pessoais de seus fiéis clientes, visando contratos, testamentos, documentos e outras papeladas, porque assim poderia ter mais tempo com a sua família.

Após o julgamento de Matt, uma parte da sua clientela enxergou o caso como um absurdo e procurou outro advogado para cuidar de seus negócios, mas novos clientes apareceram em sua casa e confiaram suas questões pessoais nas mãos dele. A verdade era que nem todos concordavam com o fato de Eric ter ido a um tribunal para defender um homem negro, mas ele jamais se lamentaria por aquilo, porque acreditava ter feito a coisa certa e não se voltaria contra os seus próprios princípios para agradar uma quantidade específica de pessoas.

Aquele era o seu trabalho e defendia bravamente o seu modo de pensar e se posicionar a respeito de determinados assuntos, opiniões de terceiros não mudariam o seu caráter e talvez fosse por isso que era um homem íntegro e excelente profissional. Ademais, o apoio que recebia da família e amigos valiam mais do qualquer crítica.

Ex-escravos o visitaram depois do julgamento de Matthew e o agradeceram com comidas e presentes, a fim de expressar a gratidão que sentiam por terem sido defendidos e representados por um homem honesto.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora