CAPÍTULO CINQUENTA E UM 🍁

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Por volta de cinco da manhã, Margot mexeu-se na cama e abriu os olhos lentamente, sonolenta. Ainda não havia amanhecido, mas os primeiros raios solares começavam a surgir e iluminar as primeiras horas do dia.
Ela virou-se na direção oposta e prendeu a respiração ao ver aquela imagem. Thomas estava em uma cadeira ao lado da cama, dormindo profundamente. Os lábios estavam entreabertos e a cabeça pendia para o lado, caindo sobre os ombros. Ela o observou por algum tempo.

Havia ficado preocupada quando ele revelou que não descansava tanto quanto deveria, mas ver ele dormindo naquele momento a deixou aliviada. Com o que será que ele estava sonhando? O queixo dele inclinou-se um pouco para frente, deixando a covinha mais destacada. Ela riu baixinho.

- Vai continuar me encarando? - Ele perguntou de repente, com os olhos fechados.

Ela arregalou os olhos e virou-se para o outro lado, cobrindo-se com a lençol.
Ele deu uma risada.

- V-você estava acordado?

- A-hã.

- Por que? - Ela sentiu o coração acelerado se acalmar aos poucos após o susto.

- Estou esperando o nascer do sol. A vista fica mais bonita por volta das cinco e meia, ainda tenho alguns minutos.

Ela engoliu em seco e sentou-se, segurando a coberta na altura do colo.

- Você parecia descansar de verdade.

Ele sorriu e inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos sobre os joelhos.

- Eu descansei, não se preocupe.

- Mas ainda são cinco da manhã.

- E...?

Ela o encarou, séria.

- Já experimentou tomar um copo de leite morno antes de deitar? Ou um chá de camomila. São bons para acalmar os nervos e ajudam a ter uma noite tranquila.

- Já sim. Precisei comprar uma vaca no primeiro ano da faculdade, ainda assim o leite não ajudou muito.

Ela abriu a boca, surpresa.

- Estou brincando - Ele sorriu de canto - Não comprei uma vaca, mas já tentei usar o leite para me ajudar a dormir melhor. Para ser sincero, passei meses tentando todos os tipos de calmante, mas não funciona.

Ela soltou a respiração e pendeu a cabeça para trás, encarando o teto.

- Caramba. Você não pode passar por isso todas as noites, vai envelhecer muito rápido se permanecer nesse ritmo.

- Meu pai disse que homens mais velhos são charmosos - Brincou ele, dando uma risada espontânea em seguida - Não se preocupe. Cuido bastante do meu corpo, apesar de lamentar a falta de sono.

- Não deveríamos ter ido ver as estrelas ontem. Você foi dormir tarde e...

- Não gostou de ter ido?

- Claro que eu gostei!

- Então não diga que não deveríamos ter ido, isso me ofende - Ele levou a mão ao peito, fingindo estar abalado - Não se preocupe, meu bem, eu já disse. Por incrível que pareça, foi uma noite surpreendente tranquila. Consegui descansar bastante, como não havia feito há anos.

Ela sorriu com o canto dos lábios.

- Não está mentindo?

- Não, não estou.

- Thomas?

- Sim?

- O sol está nascendo.

Ele assentiu.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora