CAPÍTULO VINTE 🍁

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Ele a guiou para junto dos outros casais, perto da ala dos músicos. Quando a primeira nota musical ecoou pelo ambiente, todos deram início à coreografia. Thomas posicionou sua mão no centro da costa de Margot e percebeu que ela prendia a respiração.

— Está tudo bem? – Sussurrou, girando-a com uma das mãos.

Ela se afastou, em seguida retornou para os seus braços, olhando-o nos olhos.

— Sim, eu acho.

Ele a girou novamente, assim como todos os outros cavalheiros fizeram com as damas. O som do violino soava adoravelmente, um belíssimo e clássico soneto.

— Quer parar? – Ele perguntou.

— Não – Ela ficou de lado, juntando a palma de sua mão com a dele, erguidas no ar – A música acabou de começar.

Ele fez que sim, discretamente feliz por ela ter decidido continuar dançando. Vez ou outra, durante a coreografia, seus corpos precisavam se separar para efetuar algum passo, mas logo retornavam para perto um do outro novamente e se chocavam com sutileza. A cada vez que isso acontecia, seus olhares se encontravam.

Margot era um pouco mais baixa que ele, mas não tanto quanto... Faith. Ele franziu sutilmente a testa ao lembrar disso. Havia esquecido dela, Santo Deus! Precisava dançar com Faith ainda naquela noite. O pior é que nem sabia se ela estava presente.

— Você está bem? – Foi a vez de Margot perguntar, observando a expressão inquieta dele.

Ele sorriu.

Sim, eu acho.

Ela abaixou o olhar, tentando esconder uma risada. Segundos depois, a dança acabou. Todos ao redor começaram a aplaudir e os demais fizeram reverências para os companheiros.

— Vou buscar uma limonada – Thomas disse assim que depositou um beijo breve na mão direita dela – Foi um prazer.

Enquanto caminhava até a mesa de bebidas, ele sentiu seu espírito mais leve. Era como se o seu corpo ainda sentisse o ritmo da música, e lembrava-se com clareza dos olhos de Margot brilhando em sua direção. Abriu um sorriso ao pensar nela. Ele sempre fora dedicado aos estudos e à família, mulheres não eram seu ponto forte. Havia um bordel na mesma rua da Universidade, em Whibaymatch, mas ele nunca havia sequer entrado naquele lugar. Alguns alunos saíam da aula e iam direto para o ponto da perdição, enquanto Thomas cuidava para chegar pontualmente no trabalho. Essa era sua vida, e ele gostava.

Chegara a conhecer algumas damas com quem teve uma conexão boa, mas nunca fizera o pedido de casamento. Não parecia certo, mesmo que soubesse a importância de casar e formar uma família. Ele queria ir longe com sua carreira, queria adquirir muito conhecimento e construir o seu futuro aos poucos. Quando decidisse se casar, que fosse maduro o suficiente para diminuir o ritmo do seu avanço profissional e dedicar sua atenção a outras coisas como sua própria família.

As pessoas pareciam não entender seus objetivos de vida, e isso o fazia adiar cada vez mais a decisão por um romance. Mas ali, em Skweny, ele sentia-se rodeado de pessoas que o apoiavam. Faith, que futuramente seria sua esposa, provavelmente lhe daria o apoio necessário para seguir com a carreira. Ele pensou um pouco, sentindo uma dúvida ser plantada em sua mente. Será que ele iria mesmo apoiá-lo ou exigiria toda atenção para si e para seus futuros filhos? Ela era uma moça de princípios, ensinada a cuidar de uma casa e ser a esposa perfeita. Com certeza sonhava com um casamento como de seus pais, que eram um grande exemplo de amor verdadeiro.

Thomas engoliu em seco.
Seria capaz de suprir as expectativas dela? Ou será que conseguiria equilibrar os próprios objetivos com o casamento que ela desejava? Ele conseguiria amá-la como o Sr. Klent amava sua esposa?

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora