Estavam reunidos na Casa Wihners, a noite estava fria e uma tempestade se aproximava. Os últimos dias haviam sido de baixa temperatura e chuva frequente, de modo que o Sr. Wihners pediu para acenderem a lareira.
Após o jantar, todos foram para a sala informal. Thalya estava sentada ao lado do marido em um dos sofás, com a cabeça encostada no ombro dele e envolta por seus braços másculos e calorosos. Florence havia saído para buscar alguns xales no andar de cima e o Sr. Wihners para certificar se ainda havia lenha o suficiente caso precisasse. Thomas, por sua vez, encarava as chamas da lareira esfregando uma mão na outra, sentado em uma poltrona.
Margot tentou não ficar o observando, mas falhou miseravelmente. A pouca iluminação o deixou muito atraente, os olhos castanhos pareciam cintilar à luz das chamas. Ela entreabriu os lábios e, nesse momento, ele a flagrou. Seus olhares se encontraram e fizeram o coração dela falhar. Para maior impacto, ele sorriu.
Ela limpou a garganta e desviou o olhar, desconcertada. Colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e até mesmo trocou de posição, mas estremeceu ao perceber com o canto dos olhos que ele havia levantado e vinha em sua direção.
— Está com muito frio? – Ele perguntou simpaticamente com a voz rouca.
Ela fez que não com a cabeça.
Ele sorriu outra vez, como se não acreditasse nem um pouco.— Você está tremendo.
Ela fechou os olhos, indignada com o próprio corpo por ter contrariado suas palavras. De fato, estava mesmo tremendo, suas mãos estavam congelando, mesmo usando luvas.
Thomas começou a tirar o sobretudo cinza e entregou para ela.
— Use isto, vai ajudá-la e se aquecer.
Ela encarou o agasalho, surpresa.
— Eu estou bem.
— Por favor, não seja orgulhosa.
Ela baixou a cabeça e aceitou a peça de roupa. Ao tirar das mãos dele, a vestiu com cuidado.
— Muito obrigada – Sussurrou.
O cheiro dele, que estava impregnado no tecido, entrou por suas narinas e a fez delirar. Ela fechou os olhos instintivamente, admirada.
— Acho que fica melhor em você.
Ela abriu os olhos.
— O sobretudo – Ele explicou, com o canto dos lábios inclinados em um meio sorriso.
— Ah – Ela arqueou as sobrancelhas, então sorriu – Eu desapareci aqui dentro, é grande demais para mim.
Ele abriu os lábios para dizer alguma coisa, mas Florence entrou no cômodo.
A mulher abriu um sorriso ao ver os dois tão próximos, e as bochechas de Margot ficaram coradas por estar usando uma roupa dele.— Eu trouxe um xale para você, mas meu filho foi mais eficiente.
Thomas virou-se para a mãe e cruzou os braços, sorrindo.
— Acabei de ter uma ideia! – Anunciou a mais velha, distraindo-se por um momento e ficando evidentemente empolgada.
— Qual? – Perguntou o Sr. Wihners, entrando naquele exato momento e a abraçando por trás.
— Vamos fazer o Amigo de Outono!
Thomas arqueou as sobrancelhas.
— Hoje?
A mãe fez que sim.
— Como nos velhos tempos – Thalya a olhou, parecendo gostar da ideia.
— Com o acréscimo de George e Margot, mas isso não será problema porque continuamos em número par – Disse Florence, olhando para todos como que verificando a quantidade exata de pessoas.
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Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2
RomanceEle voltou. Sete anos se passaram, mas agora ele está de volta. Ainda que não fosse o mesmo, ainda que fosse um homem e não mais um jovem perdido, ainda que que houvesse passado por coisas horrendas, ele voltou para o seu lar. Não podia fugir para s...