CAPÍTULO TRINTA E QUATRO 🍁

24 5 4
                                    

No dia seguinte, o Sr. Daniel Deltknan foi visitá-la, como havia prometido. Os dois conversaram, tomaram uma xícara de chá, sorriram e até mesmo dançaram. Ele parecia realmente interessado, o que a deixou impressionada. Indagou sobre sua tia, e até mesmo a elogiou por ser uma mulher tão determinada, o que fez o coração de Margot saltitar. Seria mais fácil amar alguém que admirasse Martha, por quem a jovem nutria o maior nível de carinho e respeito.

Daniel conseguiu lhe arrancar informações com tanta naturalidade que ela nem percebeu quando chegaram no mais delicado dos assuntos: sua família.
Quando ela disse, com receio, que não conhecia seus pais, ele lhe ofereceu um olhar tão sincero e amigável que ela quase sorriu. Ele não a julgou ou se mostrou decepcionado, pelo contrário, disse que a compreendia perfeitamente.

Daniel não leu poesia como outros teriam feito ou falou sobre casamento, e sim ofereceu sua companhia e a fez se sentir bem. Ela se sentiu especial naquela tarde, ainda mais quando ele lhe entregou uma belíssima rosa do deserto.

— Uma flor para outra flor.

Ela sorriu e agradeceu.
Sua alma estava leve.
Conhecera aquele homem na noite anterior, mas sentia como se fosse há muito mais tempo.
Era como se fossem dois bons amigos, e ela sabia que o primeiro pilar de um matrimônio era a amizade sincera. Para sua felicidade, ele disse que gostaria de vê-la também no dia seguinte.

— Podemos andar de canoa, vi que costumam fazer isso aqui, passei no parque principal mais cedo – Ele sugeriu – Acho que amanhã o clima estará bom.

— Da última vez que entrei em uma canoa, meu nome foi parar em um folhetim de fofoca – Ela cobriu os lábios com uma das mãos, tentando conter o riso.

O escândalo havia ocorrido na primavera do ano anterior, quando se juntou aos seus amigos para um breve passeio de canoa. Lembrava-se muito bem daquela tarde, os seis ocuparam todos os lugares do barco e a quantidade de pessoas resultou em um tombo consideravelmente cômico. Foi preocupante ver duas pessoas idosas afundando, por sorte dois cavalheiros passavam por ali no momento e não hesitaram antes de pular na água para salvar as vítimas.

Logo os seis foram citados no folhetim de fofoca: Margot, Thalya, Faith, George, Frederic e Gregory. E sim, fora um dos dias mais divertidos de sua vida, apesar da tragédia.

— Podemos pensar em outra atividade, então. Gosta de concertos, senhorita?

Ela fez que sim com a cabeça.

Alguns minutos após a deixa do Sr. Deltknan, decidiu ir ver como seus primos estavam. Ao se aproximar do quarto, Margot ficou horrorizada. Não sabia ao certo se iria encontrar duas crianças fofas quando abrisse a porta ou um grupo de macacos desorientados. Provavelmente a segunda opção.

Tocou na maçaneta com rapidez e abriu a porta, bem a tempo de algo atingir sua testa em cheio. Ela abriu os lábios, surpresa, e gemeu de dor. Logo surgiria um hematoma.
Demorou alguns segundos para processar o que havia acontecido, então olhou para baixo e avistou um sapato.

Em seguida, olhou para os gêmeos.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?

Os dois se encolheram, mas Victoria passou a impressão de falso arrependimento.

— Guerra de irmãos – Respondeu Liam com os ombros murchos – Sinto muito! Não era para o sapato ter ido parar na sua testa...

— Era para ter voado no ar e se chocado na porta? – Ela arqueou uma sobrancelha, o tom um pouco mais rígido que o de costume.

— Bem... Sim? – Liam encarou o chão.

— Ela não entende – Disse Victoria, cruzando os braços e olhando para o irmão.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora