CAPÍTULO TRINTA E UM 🍁

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— Matthew, somos amigos. Faith precisa de mim, aparentemente bem mais que ela...

Matt arqueou as sobrancelhas.

— Precisa mesmo? Porque ela estava vivendo muito bem sem você, a única pessoa que o impede de enxergar isso é você mesmo.

Thomas deu de ombros.

— Recebi um bilhete de Faith mais cedo, pedindo para ir ao baile comigo porque seus pais estavam viajando e não havia carruagem disponível. Margot, no entanto, já estava muito bem acompanhada quando cheguei.

Matt sentou-se no sofá e colocou as pernas sobre a mesa de centro.

— Isso o incomodou, não foi?

Thomas suspirou.

— Não posso negar que sim.

— Sabe por que você está tão perturbado? Porque durante a sua vida inteira sempre tentou caminhar com os pés firmes no chão, preferindo ouvir a razão do que a emoção. Em parte, não está errado, é por isso que você se tornou a pessoa que é hoje. Mas, no fundo, você precisa dar uma chance para si mesmo. Basta olhar para você e enxergar no seu rosto que está cansado, porque pensa muito e sente pouco. Dê uma chance para o seu coração ao menos uma vez, cara.

Thomas engoliu em seco e pendeu a cabeça para trás, fechando os olhos.

— É, você pode estar certo, mas é muito mais difícil colocar isso em prática do que apenas falar.

— Eu sei – Matt se inclinou para frente a apoiou os cotovelos nos joelhos – Thomas Wihners, ouça bem o que eu vou dizer. Você é um adulto de vinte e quatro anos de idade, até quando vai reprimir suas emoções para agradar as outras pessoas? Está na hora de viver a sua própria vida.

— Isso não é um pouco egoísta?

— Chame como quiser, contanto que reflita sobre isso e perceba que estou falando a verdade. Não estou dizendo isso porque prefiro a Srta. Lynth ou porque tenho algo contra a Srta. Klent, e sim porque desde que eu o conheci, nunca o vi sentir algo verdadeiro por uma mulher. Era sempre estudo, trabalho, caridade, treinos... Onde está o sentimento?

Thomas passou a mão pelo cabelo e ficou com a coluna ereta novamente.

— Eu sempre faço uma rota e a sigo corretamente, nunca me ocorreu cogitar um outro caminho que esteja fora do planejado. Sentimentos não estavam no plano.

— Se apaixonar nunca está no plano. Aprenda a conciliar esse sentimento e tome a decisão certa, tenho certeza que, independente de quem for, seja a Srta. Lynth ou a Srta. Klent, estará pronta para caminhar ao seu lado.

— Bem... Eu fui meio idiota mais cedo, a última coisa que Margot deseja agora é me ver.

— Então peça desculpas.

— E se ela não aceitar?

— Você implora por perdão de joelhos.

Thomas ficou boquiaberto. Bem, se realmente fosse preciso, ele não descartaria a possibilidade... A amizade de Margot era muito importante para ele, temia ter estragado isso. Desde aquele primeiro momento em que se reencontraram, na sala de visitas da irmã, havia sentido uma conexão especial com ela. Com o passar dos dias, haviam ficado cada vez mais próximos, de modo que ele havia experimentado um dos sentimentos mais temidos: o ciúme. E se o Sr. Daniel Deltknan lhe roubasse a Margot? A sua Margot.

— Acho que seu cérebro está diminuindo – Comentou Matt casualmente, interrompendo seus devaneios – Você fica o tempo inteiro preocupado em cumprir sua missão, falando que precisam de você. As pessoas ao seu redor não são como um filhote de cachorro recém-nascido, e você não é nenhum cuidador de...

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora