— Margooot!
A jovem fechou os olhos, pensando em alguma maneira de fugir da prima.
— Achei você.
— É, você me achou – Concluiu, um tanto desanimada.
A garotinha sentou-se ao seu lado no sofá.
— Acho que Adão e Eva eram grandes, sabia?
Margot a olhou por um momento, esperando a continuação.
— Eu li as Escrituras mais cedo. Para um Criador tão grande, acho difícil realizar obras pequenas. As mãos Dele devem ser enormes, então acho que Adão e Eva eram graaandes!
— Eu diria que sua teoria não está errada, mas não posso confirmar nada. Só quem sabe é Deus, o próprio criador.
Victoria se afundou no móvel macio.
— Se eu fosse Deus, ficaria louca em atender tanta gente! Às vezes eu desisto de fazer minha oração, porque sei que ele deve estar ocupado com a de outra pessoa.
Margot franziu a testa no mesmo instante.
— É por isso que somos seres humanos. Fomos criados por Ele, e não para sermos Ele. Deus é único, Victoria, jamais se coloque no lugar dele.
A pequena a ouviu com atenção, aceitando a repreensão com uma facilidade muito suspeita.
— E nunca deixe de orar por pensar que Deus está ocupado com outras preces. Se Ele não desse conta de atender todas as pessoas, não permitiria o mundo se multiplicar tanto. Ele dá conta.
— Ele dá conta – Repetiu a mais nova, refletindo sobre a frase. Por fim, deu um sorrisinho de aprovação.
Apesar de apreciar uma conversa profunda e sentir-se muito sábia sempre que respondia a uma pergunta interessante como aquela, Margot desejou fortemente que a prima se conformasse com aquela resposta sem prolongar o assunto ou, céus, que não mudasse para outro sem uma pausa sequer. Era o que acontecia quando a menina estava empolgada, e Victoria se empolgava com muita frequência. Margot temia não conseguir dar uma resposta para todas as suas perguntas aceleradas e...
— Srta. Lynth, a Sra. Wayer – Anunciou o mordomo, abrindo espaço para Thalya passar.
— Eu disse que não precisava me anunciar, mas ele insistiu – A visitante caminhou até a amiga e lhe deu um abraço apertado.
Margot retribuiu o gesto.
Ademais, fora a desculpa perfeita para evitar as perguntas inesperadas da prima, que se retirou silenciosamente assim que Thalya se acomodou.— Ora, que susrpresa boa. Está indo para o centro ou voltando para casa?
— Estou voltando. Fui até o clube de leitura essa manhã, passei para ver meus pais agora pouco e decidi visitar minha melhor amiga.
— Ótima escolha, então, pois chegou no momento certo. Quer um chá? – Margot sorriu, inclinando-se para servir a bebida antes mesmo de ouvir a resposta.
Thalya hesitou por um instante, então assentiu.
— Um pouco, apenas.
Após adicionar um pouco de leite e açúcar na xícara, misturando com o chá, ofereceu para a outra e perguntou:
— Como estão seus pais? Não vi eles ontem, no baile, imaginei que houvesse um motivo plausível. O Sr. e a Sra. Wihners quase não perdem um evento.
— Estão bem. Ontem eles estavam completando mais um ano de casados e decidiram ficar em casa para um jantar romântico – A amiga deu um tapinha no ar e bebericou um pouco do chá, sorrindo logo em seguida – Contei a eles que fui convidada para dar uma palestra sobre minha trajetória como escritora, na semana que vem, eles ficaram muito felizes. Estavam radiantes quando eu os deixei mais cedo.
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Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2
RomanceEle voltou. Sete anos se passaram, mas agora ele está de volta. Ainda que não fosse o mesmo, ainda que fosse um homem e não mais um jovem perdido, ainda que que houvesse passado por coisas horrendas, ele voltou para o seu lar. Não podia fugir para s...