CAPÍTULO ONZE 🍁

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— Margooot!

A jovem fechou os olhos, pensando em alguma maneira de fugir da prima.

— Achei você.

— É, você me achou – Concluiu, um tanto desanimada.

A garotinha sentou-se ao seu lado no sofá.

— Acho que Adão e Eva eram grandes, sabia?

Margot a olhou por um momento, esperando a continuação.

— Eu li as Escrituras mais cedo. Para um Criador tão grande, acho difícil realizar obras pequenas. As mãos Dele devem ser enormes, então acho que Adão e Eva eram graaandes!

— Eu diria que sua teoria não está errada, mas não posso confirmar nada. Só quem sabe é Deus, o próprio criador.

Victoria se afundou no móvel macio.

— Se eu fosse Deus, ficaria louca em atender tanta gente! Às vezes eu desisto de fazer minha oração, porque sei que ele deve estar ocupado com a de outra pessoa.

Margot franziu a testa no mesmo instante.

— É por isso que somos seres humanos. Fomos criados por Ele, e não para sermos Ele. Deus é único, Victoria, jamais se coloque no lugar dele.

A pequena a ouviu com atenção, aceitando a repreensão com uma facilidade muito suspeita.

— E nunca deixe de orar por pensar que Deus está ocupado com outras preces. Se Ele não desse conta de atender todas as pessoas, não permitiria o mundo se multiplicar tanto. Ele dá conta.

— Ele dá conta – Repetiu a mais nova, refletindo sobre a frase. Por fim, deu um sorrisinho de aprovação.

Apesar de apreciar uma conversa profunda e sentir-se muito sábia sempre que respondia a uma pergunta interessante como aquela, Margot desejou fortemente que a prima se conformasse com aquela resposta sem prolongar o assunto ou, céus, que não mudasse para outro sem uma pausa sequer. Era o que acontecia quando a menina estava empolgada, e Victoria se empolgava com muita frequência. Margot temia não conseguir dar uma resposta para todas as suas perguntas aceleradas e...

— Srta. Lynth, a Sra. Wayer – Anunciou o mordomo, abrindo espaço para Thalya passar.

— Eu disse que não precisava me anunciar, mas ele insistiu – A visitante caminhou até a amiga e lhe deu um abraço apertado.

Margot retribuiu o gesto.
Ademais, fora a desculpa perfeita para evitar as perguntas inesperadas da prima, que se retirou silenciosamente assim que Thalya se acomodou.

— Ora, que susrpresa boa. Está indo para o centro ou voltando para casa?

— Estou voltando. Fui até o clube de leitura essa manhã, passei para ver meus pais agora pouco e decidi visitar minha melhor amiga.

— Ótima escolha, então, pois chegou no momento certo. Quer um chá? – Margot sorriu, inclinando-se para servir a bebida antes mesmo de ouvir a resposta.

Thalya hesitou por um instante, então assentiu.

— Um pouco, apenas.

Após adicionar um pouco de leite e açúcar na xícara, misturando com o chá, ofereceu para a outra e perguntou:

— Como estão seus pais? Não vi eles ontem, no baile, imaginei que houvesse um motivo plausível. O Sr. e a Sra. Wihners quase não perdem um evento.

— Estão bem. Ontem eles estavam completando mais um ano de casados e decidiram ficar em casa para um jantar românticoA amiga deu um tapinha no ar e bebericou um pouco do chá, sorrindo logo em seguida – Contei a eles que fui convidada para dar uma palestra sobre minha trajetória como escritora, na semana que vem, eles ficaram muito felizes. Estavam radiantes quando eu os deixei mais cedo.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora