CAPÍTULO DEZENOVE 🍁

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O dia anterior fora um misto de emoções. Ela havia encontrado Thomas na biblioteca Survhitter, ou melhor, ele a havia encontrado. Os dois conversaram, em seguida caminharam até a Casa Wihners para buscar um dos livros que o pai dele lia para ele e para Thalya na infância. Não demorou muito, pois estava tão estupefata com tudo o que ele havia dito mais cedo que mal conseguia se concentrar, inclusive quando a Sra. Wihners lhe deu uma xícara de chá e a jovem acabou derramando um pouco na própria roupa por conta das mãos trêmulas.

Trágico, de fato, mas quando Thomas retornou para o cômodo e a viu com o vestido manchado, não hesitou em ajudá-la a se limpar. Um cavalheiro, como sempre. Ao chegar em casa, foi direto para o seu quarto escolher o vestido que usaria na noite seguinte. E, assim que a noite chegou, leu para seus primos e considerou um verdadeiro milagre o fato de eles terem ficado quietos e ouvindo com atenção. O livro tratava-se de um esquilo voador que havia comido uma noz enfeitiçada e, como resultado, suas asas pararam de funcionar. Em busca de um antídoto que ajudaria a recuperar sua capacidade de voar, ele passou por muitas aventuras e aprendizados.

Até mesmo Margot, aos seus dezenove anos de idade, viu-se muito curiosa para saber o que iria acontecer com o pequeno animal.

— Crianças, está na hora de dormir.

— Mas queremos saber o que vai acontecer com o Sr. Esquilo Voador! – Protestou Victoria, quase implorando.

— Como vamos conseguir dormir se a nossa mente estiver curiosa para saber o que aconteceu? Não quer que passemos a noite acordado, não é, prima Margot? – Disse Liam, intrigado.

— Bem, ainda falta um número considerável de páginas, se continuarmos com a leitura agora, ainda assim não chegaremos ao final da história hoje. Então, é melhor irmos dormir e continuar amanhã.

No fim, as crianças aceitaram prosseguir com a leitura apenas no dia seguinte. Ela os levou para o quarto e deu um beijo na testa de cada um, desejando-lhes boa noite e os cobrindo cautelosamente com a coberta macia.
Quando tocou a maçaneta da porta, ouviu um deles lhe chamando.

— Prima? – Disse a voz sonolenta.

— Sim?

— Promete não ler sem a gente?

Ela mordeu o lábio inferior. Estava mesmo planejando chegar em seu quarto e devorar todas as páginas sozinha, descobrir o que iria acontecer com o Sr. Esquilo Voador e ler novamente para eles no dia seguinte como se nada houvesse acontecido. Porém, quando Liam a chamou e a fez prometer que não leria sem eles, ela teve que cumprir a promessa, por mais tentador que fosse quebrá-la.

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Sabia que ainda faltava meia hora para o horário marcado no convite do baile, e que Thomas havia dito que iriam se atrasar propositalmente para chamar atenção mas, ainda assim, ficou pronta bem antes. Vestira sua melhor roupa e passara seu melhor perfume sem pestanejar. Estava ansiosa.

Andou de um lado para o outro na sala, torcendo os dedos. Preferiu não colocar as luvas de imediato, pois suas mãos estavam suando. Iria usá-las somente quando ele chegasse, conforme as regras da alta sociedade.

Não sabia se o tempo estava passando extremamente devagar ou se era apenas seu coração que estava muito acelerado.

Ele iria dançar com ela.
Thomas Wihners iria dançar com ela.
Não importava que depois ele fosse dançar com Faith ou com qualquer outra mulher, a primeira dança da noite seria deles. Isso seria algo inédito e inesquecível porque, durante alguns minutos, ele seria seu. Só seu.

Sentou-se no sofá com a coluna ereta para não desajustar nenhum detalhe do seu vestido. Ficou nessa posição por uns cinco ou dez minutos, até o mordomo aparecer na porta.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora