CAPÍTULO DOZE 🍁

19 5 0
                                    

No caminho para a casa da irmã, Thomas refletiu sobre as palavras da carta de Hugo:
"Se algum dia eu não puder assumir esse papel, prometa que vai cuidar dela por mim".

Faith era um dos principais motivos pelo qual ele havia retornado. Iria cuidar dela, como o amigo havia pedido. Seria fiel a uma família tão querida quanto os Klent, estava determinado a fazer isso! Poderia até mesmo dizer que nada o faria mudar de ideia, mas carregava consigo o pensamento de que não era seguro afirmar algo com cem porcento de certeza, pois sempre havia uma possibilidade de pagar com a própria língua. Entretanto, ele acreditava piamente que tudo ocorreria conforme o planejado, de um jeito ou de outro.

Ao perceber que a carruagem havia parado, ele abriu a porta e desceu. Estava diante de uma casa marrom, de janelas bem alinhadas e pintadas de branco. Era um lugar muito agradável, ao que parecia. Bateu na porta, e não demorou para ser recebido por um mordomo. Ao menos deveria ter sido um mordomo, mas o criado tinha uma aparência muito juvenil e abriu um sorriso muito gentil ao vê-lo.

— Posso ajudá-lo, senhor?

Por um momento, Thomas perguntou-se se estava no lugar certo.

— Thalya está?

O outro negou, sem perceber que o visitante havia chamado sua senhora pelo primeiro nome de maneira tão íntima. Talvez o próprio já houvesse feito isso alguma vez, o que fez Thomas pensar que era mesmo do feitio de sua irmã ter uma relação próxima com a equipe de criados.

— Ela saiu mais cedo e ainda não retornou para casa. Mas o Sr. Wayer encontra-se presente, quer que eu o comunique de sua presença?

Thomas hesitou por um breve instante.
Seria bom conhecer o cunhado e ter uma conversa decente de homem para homem antes que a irmã chegasse.

— Sim – Respondeu – Por favor.

Minutos depois, ele se acomodou em uma cadeira – muito confortável, por sinal – na sala de visitas. Aguardou o Sr. Wayer chegar e, quando chegou, foi uma enorme surpresa para ambos.
George precisou apenas erguer o olhar e encará-lo por meros cinco segundos.

— Trevo? – Franziu a testa, em seguida, abriu um sorriso perplexo – Meu Deus, é você mesmo?

Thomas ficou de pé, indo ao seu encontro para lhe dar um abraço.

— Gelo! – Cumprimentou, entusiasmado – Então minha irmã se casou com você, cara! Que coincidência extraordinária...

George ficou boquiaberto.

— Sua irmã...? Ah, céus! – O outro engoliu em seco – Você está me dizendo que é Thomas Wihners, o irmão desaparecido da Thalya?

Ele assentiu.

— E você é George Wayer, meu cunhado – Brincou em tom sereno.

— Uau. Isso é mesmo verdade? Conheci um homem muito bom durante a guerra em Whibaymatch, que salvou minha vida e se tornou um grande amigo, voltei para Skweny, casei-me com uma mulher maravilhosa que tinha um irmão desaparecido, e agora esse irmão simplesmente aparece na minha sala de visitas e eu percebo que é o mesmo homem que esteve comigo no campo de batalha... Isso é loucura! – George passou a mão pelos cabelos, perplexo.

— Sim, é uma loucura total.

Os dois ficaram em silêncio, mas o coração batia em um ritmo eufórico. Cada visita naquela manhã fora um choque surpreendente para Thomas.

— Ahn... Sua irmã deve chegar a qualquer minuto, ela costuma voltar nesse horário, deve ter parado para visitar seus pais e a Srta. Lynth. Quer sentar para aguardá-la e tomar um chá?

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora