Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2

CAPÍTULO SESSENTA E UM 🍁

— Uau – Margot desviou o olhar de um quadro para o outro, impressionada com tamanha habilidade e precisão expressa em cada um deles – Você é um artista excepcional, nunca vou me cansar de dizer isso. Poderia tentar vender algumas de suas obras, tenho certeza que fariam sucesso nas galerias. Ouvi dizer que haverá um sarau aqui em Skweny no próximo mês, será o evento de abertura para a temporada de inverno e acontecerá durante uma semana, eles aceitam novos artistas e oferecem uma quantia para expor os quadros. É uma ótima oportunidade, então você não deveria perdê-la.

— Vou pensar a respeito - Ele acenou com a cabeça, parecendo realmente interessado na sugestão dela - Talvez seja bom ter uma carreira dupla.

— Thomas Wihners, o veterinário mais atraente e atencioso dessa cidade e um artista renomado - Ela testou as palavras divertidamente - Parece bom. Sim, você deveria tentar a carreira dupla.

— E você deveria se apresentar publicamente – Ele sorriu de canto ao ver a expressão de surpresa dela.

— O que disse?

— Fui lhe visitar certa vez e a ouvi cantando, não quis atrapalhar e fiquei ouvindo atrás da porta sem que me visse. Confesso que nunca me senti tão arrepiado assistindo a uma apresentação como naqueles poucos minutos em que ouvia você cantar. Sua voz é maravilhosa e perfeitamente afinada, deveria se inscrever para participar de algum concerto, tenho certeza que passaria no teste sem muito esforço.

Ela sorriu instintivamente.

— Obrigada – Disse, indo na direção dele para ajeitar a gola de sua camisa branca – Vou pensar a respeito.

Ele arqueou as sobrancelhas e pousou uma das mãos em sua cintura.

— Pense mesmo. Quero poder sentar muito em breve na primeira fileira de um evento musical e prestigiar minha esposa impressionando centenas de pessoas através da música.

Ela ergueu os olhos verdes e o encarou, cogitando a possibilidade de aquilo realmente acontecer, permitindo-se sonhar momentamente com um futuro tão doce e possível.

— Faria mesmo isso?

— Claro que eu faria. Jamais perderia um espetáculo seu, nem que estivesse doente – Ele a puxou para um abraço carinhoso – Quando todas as luzes se apagassem e as cadeiras ficassem vazias, eu ainda estaria lá.

Ela riu de nervoso. Não soube dizer se seu coração palpitou pela ideia de estar em um palco ou pela demonstração de afeto e admiração da parte de Thomas. Mesmo que conhecesse a índole dele e o modo cativante de expressar suas emoções, ainda se surpreendia com cada gesto. Talvez fosse por isso que o amasse tanto, e um dos principais motivos para acreditar que seu casamento seria ainda mais duradouro. Ele sempre faria algo novo e a surpreenderia, evitando a monotonia inimiga da paixão.

Um barulho foi ouvido no andar de baixo, seguido por vozes e passos.

— Nossas visitas chegaram – Ele declarou, agarrando a mão dela – Venha, vamos descer.

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— Ah, meu Deus, que lugar bonito e aconchegante – A voz de Sophia preencheu o ambiente com o elogio sincero – Parece mesmo o lar de um artista.

— Milady – Thomas lhe ofereceu um sorriso complacente e beijou sua mão de maneira breve – Sou um amante da arte, não tinha como não deixar isso claro.

Ela continuou observando as obras de arte milimetricamente posicionadas, todas alinhadas na parede principal – resultado do perfeccionismo de Thomas –, e abriu um sorriso encantado ao pousar os olhos sobre a imagem de Margot. O quadro ficava exposto no centro, um pouco maior que os outros e visível a qualquer um que entrasse.