CAPÍTULO CINQUENTA E SETE 🍁

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Thomas gostou de conhecer o conde. Ele parecia um homem honesto e leal, cumpria com seu dever e se dedicava verdadeiramente às suas obrigações. O reencontro com a filha foi um momento extremamente emocionante, até para os que estavam ao redor. Margot ficou paralisada, encarando o pai como se não acreditasse na verdade por completo. Os olhos de Joseph encheram de lágrimas assim que a viu, e sem hesitar, ele correu para lhe abraçar. Disse o quanto era linda e como gostaria de ter acompanhado seu crescimento.

Após a calorosa recepção, ele os levou para conhecer melhor as terras. Mas não sem antes receber um olhar analítico e prolongado do Sr. Nick, que não saiu de perto de Martha por nem um minuto.

Thomas preferiu caminhar alguns passos atrás, permitindo que Margot pudesse desfrutar ao máximo ao lado do pai. Queria que ela vivesse cada segundo daqueles quatro dias sem qualquer medo ou restrição, e que pudesse compensar ao menos um pouco de todos os anos que passara longe do conde, mesmo que isso significasse dividir a atenção dela com o outro. Aquele momento era dela, então ele não se importaria em ficar de lado por uns dias.

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Na tarde do dia seguinte, ela saiu para um passeio ao lado do pai pelos extensos jardins ao redor da propriedade enquanto Martha subiu para descansar no quarto de hóspedes, tomada pelo cansaço da viagem. Thomas e Nicolas foram para a sala de estar, percebendo que passariam algum tempo ali, na companhia do outro.

— Fomos esquecidos – Comentou o mais velho em tom de brincadeira, observando duas figuras caminhando entre os arbustos através da enorme janela.

— Ah, fomos – Ele sorriu – Aceita um pouco de chá, Sr. Nick?

Nicolas virou o rosto em sua direção e arqueou uma das sobrancelhas.

— Não creio no que acabei de ouvir, Tommy. Viajamos por aproximadamente cinco horas para ver o ex-pretendente da minha noiva e o senhor me oferece um pouco de chá?

Thomas piscou lentamente.

— Os criados acabaram de servir, ainda está quente. O senhor prefere leite?

O Sr. Nick bufou, caminhando pelo cômodo com as mãos cruzadas atrás do corpo enquanto analisava o ambiente com um olhar curioso.

— Que tipo de bebida o conde tem no depósito? Eu adoraria tomar um vinho de qualidade agora, ou um pouco de conhaque fresco.

Thomas arregalou os olhos sutilmente.

— O senhor pretende mesmo ser tão exigente na primeira visita?

— Vou querer um charuto também. Aposto que tem vários espalhados pela casa – Nicolas pegou uma caixa quadrada da prateleira, um pouco maior que sua mão, e a analisou mais de perto, interessado pelos detalhes dourados – É provável que essa também seja a única visita que eu o faça, preciso aproveitar a oportunidade enquanto estamos aqui. O que será que isso faz?

Ele tocou a fechadura do objeto, que abriu com um pequeno estalo, e uma delicada bailarina foi erguida. Ela começou a girar lentamente, à medida em que a música tocava.

— Uau – O Sr. Nick entreabriu os lábios, encantado – Onde ele conseguiu isso?

— O conde parece ter feito muitas viagens antes de assumir o condado e trago o pedaço de cada uma delas como recordação, veja o tanto de coisa que há nas prateleiras – Thomas se aproximou, impressionado pelos quadros e artesanatos que decoravam a sala – Tudo aqui parece ter uma história. Acho que Sua Graça é um grande colecionador, Sr. Nick.

Nicolas inclinou o corpo para frente e tocou outro objeto, mas dessa vez não o pegou em sua mão, apenas fitou a miniatura de violino trabalhada em mármore.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora