Epílogo 🍁

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Dois anos depois

Thomas ouviu o som gracioso dos violinos ecoando pelo salão. Tudo estava ocorrendo conforme o esperado. Ser o anfitrião de um baile era mais exaustivo do que ele imaginou, precisou passar a semana inteira andando de um lado para o outro e decidindo quais peças decorativas usaria ou não. Contou com a ajuda dos criados, certamente, e de sua mãe, mas ainda assim sentiu-se sobrecarregado. Geralmente, as mulheres eram mais aptas para esse tipo de tarefa, pois era de sua natureza que tivessem um bom gosto.

Mas ele não podia contar com a ajuda da esposa, porque... Ele suspirou. O ambiente ao seu redor estava repleto de música e um clima alegre, mas o olhar dele permanecia vago e oprimido. Era assim que ficava quando a saudade de Margot apertava-lhe o peito com força.

Matt sorriu para ele do outro lado do salão, com aquele olhar de quem sente pena e compaixão. Talvez soubesse que a saudade dela estava o atacando agora. Sophia estava ao lado de seu amigo, esplêndida naquele vestido dourado, ela acariciava a barriga com um sorriso emocionado nos lábios enquanto outras duas damas diziam coisas agradáveis sobre a chegada do bebê.

Ele chegou a se perguntar como ela ainda conseguia andar durante a reta final da gestação, porque a barriga estava gigante. Isso era o resultado de ter casado com um homem daquele tamanho. Thomas ficou tão feliz por eles que mal conseguiu conter a emoção quando soube da notícia, e afirmou repetidas vezes que seria um tio babão. Mas olhar Sophia naquele instante o fez lembrar de Margot. Tudo o fazia lembrar dela.

Ele continuou perambulando sem rumo pelo salão, tentando controlar a vontade de se isolar e ignorar o fato de estar havendo uma festa em sua casa. Que tamanho estaria a barriga de Margot? Tão grande quanto a de Sophia? Ele fechou os olhos e soltou a respiração. O fato de estarem no outono apenas intensificava aquele sentimento, pois fora a estação em que o amor dos dois se consolidou alguns anos antes. Não era justo que ele estivesse sozinho e carente.

Ele seguiu para a mesa de limonada com passos apressados. Talvez uma bebida ácida o fizesse esquecer de alguém tão doce. George logo o encontrou e tocou seu ombro com uma das mãos.

— Meu Deus, você parece exausto. Há quanto tempo está sem dormir direito?

Thomas deu de ombros e evitou encarar o cunhado.

— Desde que ela partiu.

George comprimiu os lábios e soltou a respiração.

— Eu realmente sei que você gostaria que ela estivesse aqui agora, mas se continuar assim você vai envelhecer muito mais rápido do que deveria. Está parecendo um idoso com essas olheiras e essa cara de cansado – O outro abriu um sorriso de canto – Olhe para mim. Sou um ano mais velho e ainda pareço um adolescente.

Thomas o encarou e piscou algumas vezes, fazendo uma careta para provocá-lo.

— Onde está a minha irmã mesmo?

— Thomas Wihners, como ousa me ofender assim? – George semicerrou os olhos e logo virou o corpo na direção da pista de dança – Ela está bem ali.

Thalya estava no centro da pista dançando uma canção alegre com Gregory. Dançaria a valsa com o marido mais tarde, mas procurou o cunhado mais novo assim que soube que tocariam a quadrilha. Os dois pareciam irmãos de sangue, se não fosse pela aparência completamente oposta.

— Ela ainda insiste que não precisa ficar de repouso? – Indagou Thomas observando a irmã pousar a mão na barriga em certo momento.

George assentiu e soltou um suspiro.

— Ela diz que se não fizer nenhum tipo de atividade física durante a gestação a criança vai nascer preguiçosa. Você precisa ver as desculpas que ela inventa para sair do quarto.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora