CAPÍTULO TREZE 🍁

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— Não é possível! – Berrou Liam, injustiçado – Eu tinha certeza que a bola iria derrubar todos os pinos.

– Pensou errado – Comemorou Victoria, vendo a bola passar direto e não derrubar nenhum – Agora é a minha vez.

— Faça como seu irmão, Victoria – Disse Margot, irônica. Seu espírito competitivo, que ficava muito bem escondido, estava começando a dar as caras com aquela mini espécie de competição.

Os dois a olharam, fuzilando-a com os olhos.

Eu vou derrubar todos.

— Veremos – Margot deu uma risadinha. Boliche não era o seu forte. Mas, em uma manhã tão agradável como aquela, no Jardim da Casa Lynth, brincando com seus primos, achou que fosse bom um pouco de competitividade.

A outra empinou o nariz, irritada. Pegou a bola, estreitou os olhos para mirar, concentrou-se e, por fim, lançou o objeto redondo. A bola girou, girou, rumo aos pinos perfeitamente alinhados mais à frente.

Vaaai! – Berrou a mais nova, ansiosa.

Todos fitaram o objeto rolante se aproximar dos pinos lentamente e, então, os atingir. Apenas dois pinos permaneceram de pé.

— Fui melhor que ele – A garotinha deu de ombros. Se não conseguisse ser a melhor, então que fosse melhor que o irmão, ao menos.

— Sua vez – Liam olhou para Margot carinhosamente, como se desse todo apoio para ela, apesar de a jovem ter zombado de seu desempenho minutos antes – Tenho certeza que vai se sair bem.

— Eu não sou boa nisso, crianças...

— Ora, chega de enrolação. Pegue logo essa bola – Bradou Victoria, impaciente.

Dois pares de olhos a fitaram, surpresos. Margot deu de ombros, então obedeceu, colocando a ponta da língua pra fora ao se concentrar para mirar.

Nenhum pino ficou de pé.
Ela arregalou os olhos, saltando de felicidade.

— Eu sou a campeã, eu sou a campeã – Cantarolou, rindo.

A mais nova revirou os olhos.
Liam abriu um sorriso animado.

— Meus parabéns, prima.

— Obrigada, meu caro – Ela colocou as mãos no quadril e, então, percebeu uma movimentação estranha entre os criados na porta lateral da propriedade. Eles sussurravam, balançavam a cabeça em negativo e pareciam preocupados.

— Vou pedir que alguém fique aqui com vocês, preciso resolver uma coisa – Ela direcionou a fala aos primos, mas não os olhou diretamente ao pronunciar as palavras. Mantinha os olhos fixos na curiosa interação dos criados.

As crianças ficaram um pouco desanimadas, mas logo voltaram a brincar um contra o outro, sem um terceiro oponente, enquanto Margot pedia que a governanta ficasse com eles.

Ela se aproximou dos empregados, franziu um pouco a testa e perguntou:

— Algo de errado?

Os três ficaram em silêncio, o que a irritou, de certa forma. Virou-se para uma das duas mulheres presentes, a que cuidava de suas roupas.

— Pode me dizer o que aconteceu?

Com evidente receio, a outra finalmente lhe deu uma resposta.

— Aconteceu alguma coisa ruim com a Sra. Thalya Wayer, ainda essa manhã.

— Como soube disso? – Margot engoliu em seco, preocupada.

— Fui no centro mais cedo, fazer compras, e no exato momento em que passei na frente da casa dela, vi o Sr. Wayer dizendo a um criado para convocar a presença do Sr. e da Sra. Wihners enquanto ele ia em busca de um médico. Parecia alarmado, acho que foi algo grave, senhorita.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora