CAPÍTULO QUARENTA E OITO 🍁

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— Meu Deus, esse cara só sabe dormir – Murmurou Matt de bom humor – Será que sua irmã se arrepende por ter casado com um bicho preguiça?

— Eu estou acordado – Declarou George ainda de olhos fechados – A gente já chegou?

— Estamos quase lá – Respondeu Thomas com um olhar vago, encarando a estrada pela janela de vidro.

George abriu os olhos, ao seu lado, então suspirou.

— Não pensei que fosse voltar aqui tão cedo...

— É – Matt concordou – Esse lugar tem muitas histórias.

Os três ficaram em silêncio, recordando os inúmeros momentos da guerra e cada minuto que passaram em Whibaymatch, desde a chegada até a partida.

— Além de ser cansativo percorrer toda essa distância, mas é por um bom motivo. Vamos encontrar a Srta. Lynth – George sentou-se de maneira ereta no banco acolchoado.

Cansativo? Você dormiu a viagem inteira, está sentindo qualquer coisa, menos cansaço. Ademais, ronca igual um urso – Provocou Matt, recebendo um breve chute no tornozelo como resposta, visto que estava de frente para o outro. Percebendo como Thomas estava quieto e com evidentes sinais de exaustão, decidiu falar algo mais sério e bondoso – Vamos encontrar ela, Tom.

O amigo o olhou, assentindo brevemente.

— Chegamos na fronteira, vamos torcer para que ainda tenha vagas disponíveis nos barcos e chegar na cidade o mais rápido possível – Declarou ele.

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Os três conseguiram atravessar o rio que dividia Whibaymatch das outras cidades em menos de uma hora. Thomas conseguiu encontrar seu antigo patrão, que ficou muito surpreso e emocionado ao vê-lo, e também cedeu uma de suas propriedades para que os cavalheiros ficassem o tempo que fosse necessário. Não era uma casa muito grande, mas o espaço era ótimo para se instalar durante alguns dias e fora fornecido para eles gratuitamente. Após muito agradecerem o senhor, os três começaram a busca pelo local.

Thomas usou o retrato que havia feito de Daniel para perguntar a algumas pessoas se o haviam visto, mas não teve tanto sucesso quanto esperava. De fato, o outro deveria ter agido com discrição, mas nenhum ato era feito sem rastros, por mais bem executado que fosse. E Tom, determinado como era, percorreria cada centímetro daquela cidade até encontrar o bendito esconderijo em que Margot estava.

George fora encarregado de comunicar a segurança local, enquanto Matt ajudava Thomas com a busca. Depois de juntarem pistas e pensarem nas muitas possibilidades, tiveram bons resultados.

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Matt desferiu um soco no rosto do homem que tentou fazer o mesmo com ele. O outro recuperou-se do golpe e avançou em sua direção, o encurralando contra a parede. O barulho da briga física começou a ficar mais alto, enquanto Thomas percorria o lugar com os olhos. Era para ela estar ali.

Olhou de soslaio para o amigo, percebendo que ele mantinha o controle da situação apesar da tentativa do adversário de enfrentá-lo bravamente.
Matthew Andrews sempre dava conta de uma briga.

Uma mulher surgiu de repente, atravessando a passagem no fim do largo corredor. Observando o cabelo loiro e os olhos esverdeados, puderam saber quem era ela: Elen.
Thomas sentiu o sangue ferver.

Outro golpe foi desferido e o cara desconhecido foi parar no chão, sem forças para prosseguir com a luta. George apareceu no exato momento, arregalando os olhos azuis.

— Finalmente – Murmurou Matt virando-se na direção dele e indicando a mulher com a mão – Sua vez de mostrar o que sabe.

George fez uma careta ao ver Elen.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora