CAPÍTULO SESSENTA E DOIS 🍁

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— Obrigado por aceitar nos levar até o altar – Sussurrou o Sr. Nick com um sorriso infantil.

— Eu aceitei levar a minha filha, você é apenas um encosto – Retrucou o conde no mesmo tom.

— Não seja tão insensível, é um dia especial para mim também – Continuou o chapeleiro, inclinando-se para trás a fim de conseguir ver o rosto do companheiro por trás do véu de Margot.

A jovem respirou fundo e apertou o braço deles, trêmula. Os dois voltaram suas atenções para ela.

— Está tudo bem, querida? – Indagou o conde – Quer que eu leve você sozinho? Vai se sentir mais confortável com apenas uma pessoa a levando até o altar, ele pode entrar depois.

O Sr. Nick semicerrou os olhos, fuzilando-o.

— Não é isso... – Ela sentiu o corpo estremecer e se esforçou para continuar firmemente de pé – Estou muito nervosa. Deve ter uma multidão nos esperando lá dentro e...

— É o seu casamento – Disse Joseph – A multidão que a aguarda veio para prestigiar o seu dia, então não se importe mais com eles do que com você mesma. Tem um homem incrível esperando por você naquele altar, pense no que os trouxe até aqui e mande esse nervosismo para longe. Ademais, seus pais estão aqui com você.

— Estamos aqui, querida – Declarou o outro – Do seu lado.

Ela encarou o homem à sua direita com os olhos úmidos e abriu um sorriso emocionado. Em seguida, virou a cabeça para a esquerda e viu o Sr. Nick confirmar as palavras de seu pai com os olhos brilhantes.

— Vai dar tudo certo – Ela sussurrou, recompondo-se.

— Vai dar tudo certo – Repetiu o chapeleiro.

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Quando as grandes portas do templo se abriram, uma luz exuberante atingiu os olhos de Margot e a cegou por uma fração de segundos. Havia mais de três centenas de pessoas preenchendo o lugar, todos ansiosos por sua entrada. Seu coração falhou por um momento e ela precisou segurar firme no braço dos dois homens que nunca a deixariam cair.

Diversas cenas passaram por sua mente naquele instante. Momentos da sua infância em que se sentiu completamente invisível e ofuscada, agora era ela quem estava brilhando. Pessoas que a fizeram se sentir desprezível e insignificante agora estavam ocupando dezenas de lugares no banco da igreja. Afinal, essa era uma das faces mais condenáveis do ser humano, o interesse. Especialistas em começar a valorizar e tentar se aproximar do outro somente quando essa pessoa conseguia alcançar algum tipo de patamar. Estúpidos!

Margot respirou fundo. Na parte esquerda do altar, acompanhado por uma elegante equipe de músicos habilidosos, o esposo da sua única e melhor amiga iniciava a belíssima apresentação com as primeiras notas da marcha nupcial. Seria um eufemismo não dizer que George fazia mágica com as teclas, ainda bem que concordou conduzir e fazer parte daquele momento tão especial.

Em meio ao alvoroço de sentimentos retumbando em seu peito e centenas de olhares voltados em sua direção, Margot conseguiu atingir um nível intenso de calmaria ao encontrar o olhar do seu amado. A duzentos metros da entrada, estava Thomas, esperando-a no altar. Os olhos castanhos dele brilhavam mais do que todas as estrelas de uma constelação e o sorriso era tão puro e caloroso que Margot se sentiu no céu. Poderia atravessar a igreja inteira sem medo enquanto ele a olhasse daquela forma.

De repente, o coração dela se encheu profundamente de alegria. Aquele era o dia mais especial da sua vida. Não apenas porque estava prestes a se tornar esposa do seu grande amor, mas porque havia pessoas queridas ao seu lado para celebrar aquele momento. À esquerda de Thomas estavam Frederic e Matt, ambos com trajes escuros e de uma aparência impecável, poderiam até ser confundidos com duques ou condes. Do outro lado, Thalya, Katherine e Sophia formavam um trio gracioso de madrinhas vestindo um delicado tom de lilás.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora