CAPÍTULO TRINTA E TRÊS 🍁

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Tarde dos garotos? Nem pensar! Parece algo adolescente, e não somos adolescentes, somos adultos – Declarou George.

— Ah, não seja chato, eu sei que você gostou desse nome – Matt abriu um sorriso de lado e cutucou o braço do outro.

— Por acaso você tem quinze anos de idade? Pensei que fosse quase o dobro disso – George o encarou.

— Não tem nada a ver com idade, e sim com o fato de estarmos reunidos como nos velhos tempos...

— Os dois, por favor, podem parar de agir como duas crianças? – Pediu Thomas.

Eles se entreolharam e ficaram em silêncio. Matthew foi o primeiro a se pronunciar após a intervenção.

— Da última vez em que nós três estivemos juntos, uma bala atingiu seu rosto de raspão. Aquele dia foi insano, lembra, Tom?

George arqueou as sobrancelhas, posicionando o alvo.

— Está bom aqui? – Perguntou.

— Um pouco mais para a esquerda – Sugeriu Thomas, calculando a simetria com o olhar – Sim, eu lembro, Matt. Ainda tenho a cicatriz.

Os três estavam fazendo a primeira refeição do dia quando um dos soldados apareceu e apontou a arma na direção deles. Parecia ter bebido a noite inteira, e o que mais assustou o trio foi o fato de arma estar com munição. Qualquer um deles poderia ser ferido naquele momento por um homem do próprio batalhão. O soldado começou a falar coisas estranhas e tropeçou nos próprios pés, sinal de que não estava sóbrio. Thomas levantou-se no mesmo instante, a fim de ajudá-lo, porém, o gatilho foi puxado e a bala passou a poucos milímetros de seu rosto, pegando de raspão e fazendo sangrar. Ele arfou com o ocorrido e passou a mão no local ferido, fazendo uma careta. Sua bochecha estava ardendo muito, mas teria sido bem pior se o tiro houvesse sido um pouco mais para o lado. Uma parte maior de seu rosto poderia ter sido comprometida, e até mesmo sua vida... Aquele soldado não tinha ideia do que estava fazendo, se não fosse a graça de Deus, teria tirado a vida de alguém.

Matt correu para tirar a arma das mãos dele enquanto George levou Thomas até a enfermaria para tratar do machucado. Minutos depois o sangue estancou, mas a região ainda estava sensível. Desde então, uma pequena marca ficou em sua bochecha direita. Quase imperceptível de longe, mas ainda estava ali, para lembrá-lo de mais uma das coisas intensas que aconteceu naquela guerra.

— E os nossos nomes de soldado? Minha nossa, o do Wayer era tão sem graça!

Gelo não é um apelido sem graça – Murmurou George, apontando a arma sem munição na direção dele – O seu que era previsível. "Muralha", apenas pelo fato de você ser grandão, não tem nenhum significado a mais.

— Você está com inveja – Zombou Matt, cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas em seguida – Fracote.

— Eu subi a colina naquela tarde e fiquei fazendo a vigília enquanto você não deu conta sequer de chegar ao topo.

— Eu tenho medo de altura, não questione esse fato!

— Santo Deus, me ajude a suportar esses dois – Disse Thomas, verificando a funcionalidade de sua arma.

— Aqui está bom? – Perguntou George novamente – Não consigo lidar com seu perfeccionismo, se estiver no lugar errado, venha você mesmo posicionar, estou cansado de ficar andando de um lado para o outro.

— Um pouco mais para a direita – Brincou Thomas, abrindo um sorriso em seguida – Está ótimo, obrigado.

— Veja, Wayer, ele está de bom humor – Matthew comentou, irônico.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora