Capítulo 7

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Nuala desapareceu ao mesmo tempo em que a irmã conseguiu desaparecer com Elain, escondidas em meio às sombras, longe dos olhos do macho da Outonal, que com certeza estaria se perguntando para onde as meio espectros estariam levando sua parceira.

As sombras as ajudaram a carregar Elain até um aposento particular, longe o suficiente para que Lucien não sentisse o cheiro dela. Só a Mãe sabe o que aconteceria se ele achasse que as duas estavam colocando a parceira dele em risco.

Cerridwen exibia a mesma preocupação que Nuala sentia quando puseram o corpo inerte de Elain sobre uma cama. Ela havia mentido para o macho da Outonal, dizendo que saberia lidar com aquilo.

Não sabiam. Nunca haviam visto a amiga assim.

- O que fazemos agora? - Cerridwen ecoou os pensamentos da irmã gêmea.

- Esperamos? - Nuala sentou-se na beirada da cama, checando o pulso da fêmea desacordada. - Acho que ela vai ficar bem.

- Provavelmente. - A outra suspirou, cruzando os braços. - O que acha que aconteceu lá?

Nuala deu de ombros.

- O que diremos se Azriel perguntar alguma coisa?

Nuala olhou para a irmã. Não tinha pensado nisso ainda. O que contariam à Azriel quando ele questionasse sobre o ocorrido?

- Bem, eu não sei...

- Na minha opinião, isso tudo foi culpa daquele macho. - Cerridwen cerrou os dentes.

- Cerri... - Nuala suspirou.

- Ele fica importunando ela! - Cerridwen quase engasgou para não esbravejar alto.

- Ela é parceira dele!

- Ela não o quer!

- Você não tem como saber disso!

- Se ela quisesse já...

- Esqueça isso, Cerri. Não nos diz respeito. - Nuala cortou a irmã. Conhecia muito bem os pensamentos dela sobre parcerias, especialmente esta parceria.

As gêmeas meio espectro eram muito gratas à Azriel, de uma forma profunda e quase reverencial. Ele as salvou, as ensinou a manipular as sombras e as transformou em espiãs altamente treinadas, tirando-as da miséria e as inserindo em uma Corte que as gêmeas aprenderam a chamar de lar. Cerridwen sabia dos sentimentos que Azriel nutria por Elain e sabia que eles eram correspondidos. Ela achava que havia sido um erro o Caldeirão ter dado Elain a outro macho, especialmente um macho da Corte Outonal. Conhecia a fama deles, muito de perto. Sabia que eles eram rudes e cruéis com as fêmeas. Não desejaria uma parceria com um macho da Outonal nem para sua pior inimiga.

- Você viu o jeito como ele a estava tocando?! - Cerridwen estava profundamente irritada.

- Ela é parceira dele! - Repetiu Nuala. - E ele não estava fazendo nada de mais!

- Se Azriel perguntar, direi que o que aconteceu foi culpa dele.

Nuala suspirou profundamente. Não gostava de brigar com a irmã, e também não era hora para aquilo.

Elain se remexeu, as pálpebras vibrando levemente enquanto ela acordava devagar. Sua cor havia voltado ao normal e ela parecia bem mais disposta ao sentar-se na cama e abrir um sorriso confuso às irmãs.

- O que... - Olhou ao redor. - Onde estamos? O que está havendo?

- Tudo bem... - Nuala a acalmou. - Você ficou desacordada por alguns momentos. Do que se lembra?

Elain franziu o cenho, pensando.

- Eu estava na biblioteca. Lucien... - Arregalou os olhos. - Ele...?

Corte de Flores FlamejantesOnde histórias criam vida. Descubra agora