Capítulo 14

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Um plano já começava a tomar forma na cabeça de Lucien. Um que culminaria com os lábios de Elain nos seus antes que a noite acabasse.

Olhando para a parceira, que fitava a multidão em silêncio, sabia que sua cabeça provavelmente estaria com um milhão de pensamentos. Ele próprio não podia deixar de se perguntar porque diabos ambos foram convidados para esse maldito casamento. De certa forma, a presença dele ali até fazia sentido, já que morava com o Bando dos Exilados, mas convidar Elain? Fora muita crueldade da parte de Graysen. E, por pior que pudesse parecer, Lucien estava disposto a usar isso a seu favor.

Elain olhou para cima e o flagrou observando-a. Um rubor subiu por seu pescoço e alcançou as bochechas, e ela olhou para baixo antes de desviar os olhos novamente - maldição, Lucien podia jurar que viu um sorriso se insinuar nos lábios em forma de coração. Aproveitando a oportunidade - e sem se envergonhar por isso, já que não havia levado uma reprimenda -, continuou a inspecionando. Estavam tão próximos que o cheiro dela pairava ao redor dele, o enfeitiçando, atiçando o fogo em suas veias. Queria enterrar o rosto na curva delicada do pescoço dela e morder a pele pálida e lisa. Queria deixar sua marca nela. Mas não pararia ali. Desceria os lábios por sua clavícula, beijando o topo arredondado dos seios antes de lamber o vale delicado entre eles. Se perguntava como seriam os mamilos dela. Seriam rosados? Pequenos? Não importa, Lucien tinha certeza de que seriam perfeitos para lamber e mordiscar e beliscar.

- Está tudo bem? - Ele se sobressaltou ao ouvir a voz de Elain. Voltou os olhos para cima ao se dar conta de que encarava os peitos dela, então forçou um sorriso.

- Sim, claro.

- Tem certeza? - Elain franziu o cenho, unindo as duas mãos em frente ao corpo, o que fez os seios se juntarem ainda mais no decote do vestido.

Lucien respirou fundo, amaldiçoando o Laço.

- Não. - Resolveu ser sincero. - É... Difícil... Controlar certos... - Maldição, lá vai ele parecendo um adolescente novamente. - Controlar certos... Instintos... Perto de você.

- Oh... - Sua boca formou um "o" perfeito quando ela entendeu do que se tratava, e Lucien imaginou-a ao redor de seu membro.

- É, oh...

Elain pareceu desconcertada ao desviar o olhar e se afastar um pouco dele. Não era um bom começo.

- Desculpe. - Lucien suspirou, apertando o topo do nariz.

- Tudo bem. - Ela o surpreendeu ao dizer. - Eu só... Não esperava tanta franqueza. - Uma risadinha escapou junto com sua última frase.

Elain olhou para baixo e segurou o braço esquerdo com o direito antes de prosseguir.

- As pessoas vivem pisando em ovos comigo. É meio frustrante às vezes. - Levantou um ombro, como se não fosse nada de mais. - Sinceridade bruta é boa às vezes.

Interessante. Lucien sorriu de verdade pela primeira vez na noite.

- Não gosta de ser mimada?

Ela pareceu surpresa. Com os olhos arregalados, a voz saiu um pouco mais fina ao respondê-lo.

- Acha que sou mimada?

- De certa forma. - Lucien cruzou os braços e encostou um ombro contra a parede, em uma atitude que esperava ser descontraída.

Elain o encarou por um longo tempo e, não sabendo como, Lucien sustentou o olhar dela. Quando quebrou o silêncio, a voz de Elain era algo entre um murmúrio e um suspiro.

- Não me conhece. Não sabe nada sobre mim.

- Estou tentando conhecer você há três anos, Elain! - Um sorriso de auto-depreciação estampava o rosto de Lucien. - Você fez questão de ignorar cada uma das minhas tentativas.

Corte de Flores FlamejantesOnde histórias criam vida. Descubra agora