Saber o que deveria ser feito não tornava a ação mais fácil de ser realizada.
Lucien jamais havia ficado tão dividido em toda a sua vida. Isso não parecia certo. Não deveria ser assim. Ele não tinha qualquer conexão emocional com Elain. A única coisa que os ligava era aquele maldito laço de parceria - o qual, digasse de passagem, fora ignorado por Elain por anos, e o próprio Lucien não o desejava, apesar de aceitá-lo. Então por que raios era tão difícil para ele afastar-se dela? Maldição, poucas horas haviam se passado desde que eles compartilharam a cama, mas tudo o que Lucien queria era se enterrar em Elain e não sair de lá tão cedo. Mas Duncan estava certo, ele tinha que pensar com a cabeça de cima, e era esperto o suficiente para saber que a situação virara completamente. Havia brechas suficientes no acordo entre eles para que Lucien mandasse Elain de volta para casa e seguisse em busca de Tamlin sem ter que se preocupar com ela. Ele apenas não sabia como encararia aqueles olhos castanhos enormes e diria à Elain que ela voltaria para a Corte Noturna.
Deveria encarar os fatos, havia dois caminhos que Lucien poderia tomar: ou mandava Elain de volta à Velaris, correndo o risco de a fêmea nunca mais querer vê-lo novamente; ou a mantinha por perto e corria o risco de Tamlin ter um acesso de fúria e matá-la sem nem parar para respirar. E, no segundo caso, Lucien tinha certeza de que o Laço de parceria o faria atacar Tamlin, o que culminaria na morte de um deles. E o ruivo tinha quase certeza de que não venceria o Grão-Senhor em uma batalha, não importa o quão furioso estivesse. Então havia apenas um caminho lógico a seguir.
Com a decisão tomada, Lucien levantou-se de onde estivera na última hora, afiando sua espada, e caminhou calmamente até onde Elain agora estava, junto de Cedric, em volta de alguns homens de seu regimento que estavam feridos. Ele não havia tirado os olhos dela desde o momento em que a vira na janela da cabana, uma hora antes; o olhar dele a seguia a cada passo que a fêmea dava por entre os soldados.
- Tenho certeza de que ele se recuperará rapidamente. - Elain dizia quando Lucien aproximou-se.
- Espero que sim. Conan é um dos meus melhores homens. - Cedric sorriu galantemente para Elain, e um rosnado se formou na garganta de Lucien.
Provavelmente sentindo seu cheiro - ou ouvindo o grunhido de aviso que Lucien dera -, ambos se viraram em sua direção assim que Lucien juntou-se ao grupo. Elain sorriu timidamente e desviou os olhos para o colo, as bochechas tingidas de rosa, como vinha acontecendo desde que treparam pela primeira vez. Lucien sorriu de lado e pôs uma mão na base da coluna de Elain, inclinando-se um pouco para roçar os lábios na têmpora da parceira. Se seus momentos juntos estavam com as horas contadas, ele pretendia aproveitá-los o máximo possível.
- Podemos falar em particular? - Questionou à parceira.
- Claro. - Elain nem pareceu preocupada ao respondê-lo.
Ah, se ela fizesse ideia...
Com um leve aceno de cabeça para Cedric, Lucien conduziu Elain para o bosque além da cabana, até estarem longe o suficiente para que nenhum dos machos presentes os ouvissem ou sequer sentissem seu cheiro. Lucien podia sentir a tensão de Elain por estarem indo tão longe, mas ele precisava se certificar de que teria ao menos uma última recordação de sua parceira para manter-se são quando ela não o quisesse mais.
Quando, enfim, o macho tinha certeza de que ninguém os surpreenderia, virou-se para Elain, fazendo-a parar à sua frente. Aqueles enormes olhos de corça o encararam. Os lábios rosados estavam entreabertos, mas não havia mais tensão, não havia mais dúvida no olhar de Elain. Ela sabia o que fariam. Sabia e aceitava, o que deixava Lucien mais do que satisfeito. Sem uma única palavra, ele abaixou a cabeça, os cabelos ruivos soltos formando uma cortina em volta do rosto de ambos, e tomou os lábios de Elain nos seus. Seu beijo era urgente, necessitado, faminto. Ele agarrou a cintura de Elain com ambas as mãos, enquanto a fêmea passava os braços em volta do seu pescoço, tão necessitada quanto o macho.
Com um puxão forte, Lucien pegou Elain no colo, fazendo-a enrolar as pernas em volta de seu quadril. Suas línguas dançavam em um ritmo frenético, e os pequenos gemidos de Elain eram engolidos pela boca faminta de Lucien.
- Maldição, Elain. - Ele parou para beijar o pescoço exposto da parceira. - Não devia se entregar tão fácil assim.
- Posso lutar contra novamente, se quiser. - Ela deu uma risadinha.
- Não, obrigado. - Ele riu também, mordendo o maxilar de Elain. - Já lutou o suficiente. Deixe-me aproveitá-la um pouco.
Lucien a deitou gentilmente na relva e tomou um segundo para apreciá-la. Os olhos castanhos estavam turvos daquele desejo avassalador que permeava a parceria, os cabelos dourados bagunçados, as mechas apontando em várias direções, o pescoço e as bochechas rosadas. Ele gravou a cena em sua memória, arquivando-a junto das poucas memórias felizes que possuía. Sabendo que seu tempo juntos era contado nos dedos, Lucien apressou-se a desamarrar os cordões na frente do vestido de Elain, afrouxando-o, libertando um dos seios pequenos e tomando-o na boca, chupando o mamilo até que Elain arqueasse as costas sob ele. Passando a ação para o seio seguinte, Lucien levou uma mão às pernas da parceira, levantando o tecido da saia até o topo da coxa deliciosamente alva, expondo a intimidade de Elain aos seus toques quentes.
Ela já estava úmida quando Lucien a tocou, o que o deixou extasiado. Sem cerimônia, Lucien enfiou dois dedos na abertura de Elain, fazendo-a arquejar de surpresa e se contorcer ainda mais, jogando o quadril para cima, agarrando os cabelos de Lucien. Ele, por sua vez, chupava e lambia e mordia os mamilos de Elain, um após o outro, incessantemente, até senti-la apertando-se contra seus dedos, o cheiro do orgasmo da parceira o inundando. Lucien capturou os gritos de Elain com sua boca, devorando-os à medida que o clímax a atingia.
Duro feito pedra, Lucien retirou os dedos de dentro de Elain e levou ambas as mãos ao cós de sua calça, abaixando-a apenas o suficiente para libertar o membro inchado. Elain mal tinha normalizado a respiração quando Lucien agarrou seus joelhos e os pôs para cima, enterrando-se na abertura molhada da parceira até o fim. Eles gemeram em uníssono quando Lucien retirou o membro e o colocou até o fim novamente, atingindo-a bem no fundo, de novo e de novo e de novo. Ele jamais se cansaria disso. Estar dentro de Elain era como seu paraíso particular. Lucien meteu mais fundo, mais forte, mais rápido, e Elain cravou as unhas em suas nádegas, como se não conseguisse ter o suficiente dele. As mãos de Lucien estavam próximas à cabeça da fêmea e ele afastou alguns fios de cabelo que lhe cobriram a face, embora seus próprios fios vermelhos estivessem atrapalhando sua visão. Como se lesse seus pensamentos, Elain levou uma das mãos ao rosto de Lucien, afastou os fios que o incomodavam e pousou a mão docemente em sua bochecha.
Os movimentos de Lucien desaceleraram, tornando-se gradativamente mais gentis e menos urgentes conforme olhavam nos olhos um do outro. Ele sentiu a ligação que os unia se intensificando, tornando mais difícil ainda o que teria que fazer em seguida, mas não podia evitar. Aqueles feixes de luz em formato de flores invadiram sua visão novamente, a ponte entre suas almas tomando cada vez mais forma. Elain pareceu sentir também, pois piscou algumas vezes, passando o polegar pela cicatriz que cobria o rosto de Lucien de cima a baixo. Ele nunca sentiu tanta vergonha dessa cicatriz quanto agora.
- Você é lindo. - Elain sussurrou.
O mundo de Lucien explodiu em um clímax avassalador. Um rosnado gutural lhe escapou pela garganta conforme ele se derramava na parceira. Sem fôlego, o macho desabou sobre Elain, tomando cuidado apenas para não depositar todo o seu peso no corpo frágil sob ele.
Ele sabia o que deveria fazer, mas como diabos a mandaria de volta para casa quando ela o fazia se sentir dessa forma?
Update: para quem ler após 14/10/22
Se ver alguns comentários referindo-se à mídia postada no capítulo, mas não localizar a mídia, é porque tive que removê-la seguindo as diretrizes do Wattpad.
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Corte de Flores Flamejantes
Fanfiction"Havia fogo por toda parte. E em meio a todo aquele fogo... Ele. Elain não conseguia se mover. Não conseguia gritar. Não conseguia avisar Lucien para que corresse, para que se salvasse. Ele morreria, ela sabia disso. Sentia em seus ossos. Sentia...