Capítulo 37

1.2K 112 24
                                    

Saber o que deveria ser feito não tornava a ação mais fácil de ser realizada.

Lucien jamais havia ficado tão dividido em toda a sua vida. Isso não parecia certo. Não deveria ser assim. Ele não tinha qualquer conexão emocional com Elain. A única coisa que os ligava era aquele maldito laço de parceria - o qual, digasse de passagem, fora ignorado por Elain por anos, e o próprio Lucien não o desejava, apesar de aceitá-lo. Então por que raios era tão difícil para ele afastar-se dela? Maldição, poucas horas haviam se passado desde que eles compartilharam a cama, mas tudo o que Lucien queria era se enterrar em Elain e não sair de lá tão cedo. Mas Duncan estava certo, ele tinha que pensar com a cabeça de cima, e era esperto o suficiente para saber que a situação virara completamente. Havia brechas suficientes no acordo entre eles para que Lucien mandasse Elain de volta para casa e seguisse em busca de Tamlin sem ter que se preocupar com ela. Ele apenas não sabia como encararia aqueles olhos castanhos enormes e diria à Elain que ela voltaria para a Corte Noturna.

Deveria encarar os fatos, havia dois caminhos que Lucien poderia tomar: ou mandava Elain de volta à Velaris, correndo o risco de a fêmea nunca mais querer vê-lo novamente; ou a mantinha por perto e corria o risco de Tamlin ter um acesso de fúria e matá-la sem nem parar para respirar. E, no segundo caso, Lucien tinha certeza de que o Laço de parceria o faria atacar Tamlin, o que culminaria na morte de um deles. E o ruivo tinha quase certeza de que não venceria o Grão-Senhor em uma batalha, não importa o quão furioso estivesse. Então havia apenas um caminho lógico a seguir.

Com a decisão tomada, Lucien levantou-se de onde estivera na última hora, afiando sua espada, e caminhou calmamente até onde Elain agora estava, junto de Cedric, em volta de alguns homens de seu regimento que estavam feridos. Ele não havia tirado os olhos dela desde o momento em que a vira na janela da cabana, uma hora antes; o olhar dele a seguia a cada passo que a fêmea dava por entre os soldados.

- Tenho certeza de que ele se recuperará rapidamente. - Elain dizia quando Lucien aproximou-se.

- Espero que sim. Conan é um dos meus melhores homens. - Cedric sorriu galantemente para Elain, e um rosnado se formou na garganta de Lucien.

Provavelmente sentindo seu cheiro - ou ouvindo o grunhido de aviso que Lucien dera -, ambos se viraram em sua direção assim que Lucien juntou-se ao grupo. Elain sorriu timidamente e desviou os olhos para o colo, as bochechas tingidas de rosa, como vinha acontecendo desde que treparam pela primeira vez. Lucien sorriu de lado e pôs uma mão na base da coluna de Elain, inclinando-se um pouco para roçar os lábios na têmpora da parceira. Se seus momentos juntos estavam com as horas contadas, ele pretendia aproveitá-los o máximo possível.

- Podemos falar em particular? - Questionou à parceira.

- Claro. - Elain nem pareceu preocupada ao respondê-lo.

Ah, se ela fizesse ideia...

Com um leve aceno de cabeça para Cedric, Lucien conduziu Elain para o bosque além da cabana, até estarem longe o suficiente para que nenhum dos machos presentes os ouvissem ou sequer sentissem seu cheiro. Lucien podia sentir a tensão de Elain por estarem indo tão longe, mas ele precisava se certificar de que teria ao menos uma última recordação de sua parceira para manter-se são quando ela não o quisesse mais.

Quando, enfim, o macho tinha certeza de que ninguém os surpreenderia, virou-se para Elain, fazendo-a parar à sua frente. Aqueles enormes olhos de corça o encararam. Os lábios rosados estavam entreabertos, mas não havia mais tensão, não havia mais dúvida no olhar de Elain. Ela sabia o que fariam. Sabia e aceitava, o que deixava Lucien mais do que satisfeito. Sem uma única palavra, ele abaixou a cabeça, os cabelos ruivos soltos formando uma cortina em volta do rosto de ambos, e tomou os lábios de Elain nos seus. Seu beijo era urgente, necessitado, faminto. Ele agarrou a cintura de Elain com ambas as mãos, enquanto a fêmea passava os braços em volta do seu pescoço, tão necessitada quanto o macho.

Com um puxão forte, Lucien pegou Elain no colo, fazendo-a enrolar as pernas em volta de seu quadril. Suas línguas dançavam em um ritmo frenético, e os pequenos gemidos de Elain eram engolidos pela boca faminta de Lucien.

- Maldição, Elain. - Ele parou para beijar o pescoço exposto da parceira. - Não devia se entregar tão fácil assim.

- Posso lutar contra novamente, se quiser. - Ela deu uma risadinha.

- Não, obrigado. - Ele riu também, mordendo o maxilar de Elain. - Já lutou o suficiente. Deixe-me aproveitá-la um pouco.

Lucien a deitou gentilmente na relva e tomou um segundo para apreciá-la. Os olhos castanhos estavam turvos daquele desejo avassalador que permeava a parceria, os cabelos dourados bagunçados, as mechas apontando em várias direções, o pescoço e as bochechas rosadas. Ele gravou a cena em sua memória, arquivando-a junto das poucas memórias felizes que possuía. Sabendo que seu tempo juntos era contado nos dedos, Lucien apressou-se a desamarrar os cordões na frente do vestido de Elain, afrouxando-o, libertando um dos seios pequenos e tomando-o na boca, chupando o mamilo até que Elain arqueasse as costas sob ele. Passando a ação para o seio seguinte, Lucien levou uma mão às pernas da parceira, levantando o tecido da saia até o topo da coxa deliciosamente alva, expondo a intimidade de Elain aos seus toques quentes.

Ela já estava úmida quando Lucien a tocou, o que o deixou extasiado. Sem cerimônia, Lucien enfiou dois dedos na abertura de Elain, fazendo-a arquejar de surpresa e se contorcer ainda mais, jogando o quadril para cima, agarrando os cabelos de Lucien. Ele, por sua vez, chupava e lambia e mordia os mamilos de Elain, um após o outro, incessantemente, até senti-la apertando-se contra seus dedos, o cheiro do orgasmo da parceira o inundando. Lucien capturou os gritos de Elain com sua boca, devorando-os à medida que o clímax a atingia.

Duro feito pedra, Lucien retirou os dedos de dentro de Elain e levou ambas as mãos ao cós de sua calça, abaixando-a apenas o suficiente para libertar o membro inchado. Elain mal tinha normalizado a respiração quando Lucien agarrou seus joelhos e os pôs para cima, enterrando-se na abertura molhada da parceira até o fim. Eles gemeram em uníssono quando Lucien retirou o membro e o colocou até o fim novamente, atingindo-a bem no fundo, de novo e de novo e de novo. Ele jamais se cansaria disso. Estar dentro de Elain era como seu paraíso particular. Lucien meteu mais fundo, mais forte, mais rápido, e Elain cravou as unhas em suas nádegas, como se não conseguisse ter o suficiente dele. As mãos de Lucien estavam próximas à cabeça da fêmea e ele afastou alguns fios de cabelo que lhe cobriram a face, embora seus próprios fios vermelhos estivessem atrapalhando sua visão. Como se lesse seus pensamentos, Elain levou uma das mãos ao rosto de Lucien, afastou os fios que o incomodavam e pousou a mão docemente em sua bochecha.

Os movimentos de Lucien desaceleraram, tornando-se gradativamente mais gentis e menos urgentes conforme olhavam nos olhos um do outro. Ele sentiu a ligação que os unia se intensificando, tornando mais difícil ainda o que teria que fazer em seguida, mas não podia evitar. Aqueles feixes de luz em formato de flores invadiram sua visão novamente, a ponte entre suas almas tomando cada vez mais forma. Elain pareceu sentir também, pois piscou algumas vezes, passando o polegar pela cicatriz que cobria o rosto de Lucien de cima a baixo. Ele nunca sentiu tanta vergonha dessa cicatriz quanto agora.

- Você é lindo. - Elain sussurrou.

O mundo de Lucien explodiu em um clímax avassalador. Um rosnado gutural lhe escapou pela garganta conforme ele se derramava na parceira. Sem fôlego, o macho desabou sobre Elain, tomando cuidado apenas para não depositar todo o seu peso no corpo frágil sob ele.

Ele sabia o que deveria fazer, mas como diabos a mandaria de volta para casa quando ela o fazia se sentir dessa forma?

Ele sabia o que deveria fazer, mas como diabos a mandaria de volta para casa quando ela o fazia se sentir dessa forma?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Update: para quem ler após 14/10/22

Se ver alguns comentários referindo-se à mídia postada no capítulo, mas não localizar a mídia, é porque tive que removê-la seguindo as diretrizes do Wattpad.

Corte de Flores FlamejantesOnde histórias criam vida. Descubra agora