Lucien adorava caminhar com Elain ao seu lado.
Adorava o jeito como a mão dela repousava suave e delicadamente sobre seu braço. Adorava a forma graciosa com que ela se movia. Adorava a forma com que Elain o deixava conduzi-la, confiando completamente que ele a levaria pelos caminhos certos. Elain possuía uma postura delicada, mas decidida. O queixo estava erguido, mas não com um ar superior; Não, ela olhava cada ser nos olhos e sorria, não importava se fossem criados, Grão-Feéricos ou feéricos inferiores. Ao seu lado estava uma fêmea que nascera para ser Senhora de grandes terras, que se portava como uma governante benevolente, e Lucien tinha grande orgulho disso. Ele queria apenas poder ter algo assim a oferecer à ela; terras, propriedades, uma Corte inteira... Era isso que Elain merecia, ela merecia ser Grã-Senhora, nada menos.
Enquanto caminhavam para dentro da Mansão, o macho desejou ardentemente que os tempos fossem mais tranquilos, que não houvesse tantos perigos e problemas para enfrentar. Desejou que tudo aquilo sumisse e restassem apenas os dois. Dois parceiros que agora se conheciam intimamente - e ele nem estava falando sobre sexo.
Tinha uma vaga consciência de Duncan e Naim debatendo atrás deles. Aquela sempre presente pulga atrás da orelha lhe questionava onde estaria Cedric - não via o macho desde o dia anterior, quando foram atacados. Mas nada disso suprimia Elain de seus sentidos. Não sabia o que a noite passada havia significado para ela, mas para Lucien... Havia mudado tudo. Ele lhe contara sobre sua vida, seus anseios, suas culpas. Lhe contara sobre Jesminda... Elain o havia incentivado a relembrar e ouvira atentamente cada palavra que saíra da boca de Lucien, sempre comentando, sempre gentil, mesmo sob a escuridão que os cercava e permeava a alma de Lucien. Ela o ouvira até cair no sono em seus braços. Lucien, por sua vez, não dormiu. Ficou apenas lá, agarrado àquela fêmea, sentindo a respiração suave dela cicatrizar antigas feridas abertas em seu coração.
- Você sabe que não deveria estar cavalgando, não é? - Elain disse, um leve tom de reprimenda em sua voz.
Lucien não tentou impedir o sorriso que lhe esticou os lábios.
- Ah, não?
- Claro que não. - A fêmea lhe dirigiu um olhar de cenho franzido. - Você se feriu gravemente ontem. Precisa descansar.
- Você ficará o dia todo na cama comigo? - Levantou uma sobrancelha e baixou o tom, chegando o rosto próximo à orelha deliciosamente pontuda da parceira para sussurrar. - Porque, se for o caso, a última coisa que faremos será descansar.
O rubor que subiu pelo pescoço de Elain logo cobriu suas bochechas de um rosado adorável. Lucien adorava provocá-la, poderia fazer isso pelo resto da vida e jamais se cansaria - e suspeitava que, se o fizesse, Elain teria a mesma reação todas as vezes. Mas o cheiro que emanou da fêmea traiu sua reação tímida, deixando claro para Lucien que ela gostava disso tanto quanto ele.
- Ah, pelo Caldeirão, não é hora para essas coisas. - Naim interrompeu-os grosseiramente. - Podemos estar perto de encontrar o Grão-Senhor e esses dois ficam de gracinhas um com o outro.
- Não seja ciumento, Naim. - Lucien não se abateu, embora Elain tivesse ficado ainda mais vermelha conforme o grupo entrava na biblioteca da Mansão. - Posso dar um pouco de atenção para você também. - Olhou para trás e piscou o olho de metal para o macho, que revirou os olhos azuis, bufando ao mesmo tempo em que cruzava os braços.
Assim que todos estavam no cômodo, Elain deu um leve aperto no braço de Lucien e graciosamente se desvencilhou dele, caminhando elegantemente até a pintura de parede inteira que representava a criação do mundo. Lucien, por sua vez, pôs-se atrás da enorme mesa que ficava em frente às igualmente enormes janelas, e encarou os dois machos presentes.
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Corte de Flores Flamejantes
Fanfiction"Havia fogo por toda parte. E em meio a todo aquele fogo... Ele. Elain não conseguia se mover. Não conseguia gritar. Não conseguia avisar Lucien para que corresse, para que se salvasse. Ele morreria, ela sabia disso. Sentia em seus ossos. Sentia...