Capítulo 73

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O sol erguia-se ainda mais no horizonte, banhando os jardins da Mansão Primaveril com uma luz dourada e acolhedora. Elain, envolta em seu vestido leve de algodão com estampa floral, caminhava graciosamente pelos corredores da casa, sentindo o calor reconfortante do sol filtrando-se pelas janelas e inundando os ambientes com uma sensação de renovação.

Seus cabelos castanho-dourados estavam delicadamente trançados sobre o ombro esquerdo, algumas mechas soltas dançando suavemente ao redor de seu rosto. Ela sentia a leve brisa da manhã acariciar sua pele e os aromas frescos da primavera permearem o ar. Adorava aquela sensação, e tinha que admitir que os sentidos feéricos - mais sensíveis que os humanos - a permitiam saborear ainda mais aquela experiência.

Ao entrar na sala de refeições, Elain observou com ternura os funcionários da mansão reunidos ao redor da mesa de café da manhã, servindo pães, bolos e frutas. Seu olhar perspicaz varria o ambiente, capturando cada gesto e expressão dos empregados. Ela se sentia grata pela equipe dedicada que mantinha a mansão funcionando com tanta eficiência.

Com uma postura elegante, Elain começava a distribuir as tarefas do dia, combinando a gentileza com a autoridade necessária para garantir que tudo corresse sem contratempos. Ela já conhecia cada um dos parcos funcionários pelo nome, suas habilidades e preocupações, e isso se refletia em suas interações cuidadosas e atenciosas.

Seu vestido fluía em torno dela conforme se movia pela sala, cada estampa de flor parecendo vibrar em harmonia com o ambiente ao seu redor. Elain sentia uma profunda conexão com a natureza e a vida que florescia ao seu redor, e tentava não pensar muito no assunto conforme se sentava à esquerda da cabeceira da mesa e iniciava o desjejum.

Enquanto Elain desfrutava da tranquilidade da manhã na Mansão Primaveril, um murmúrio sutil e inesperado ecoou pelos corredores. A porta da sala de refeições se abriu com um leve rangido, e todos os olhares se voltaram para a figura que acabara de entrar.

Lucien, o seu Lucien, atravessou o limiar com uma presença marcante e imponente. Seus cabelos avermelhados, como chamas congeladas, caíam em ondas sobre seus ombros largos, contrastando vividamente com a atmosfera suave e serena da mansão. Ele usava as mesmas roupas de quando deixara a Corte Primaveril, cerca de três dias atrás, mas as vestes verdes e douradas estavam sujas e amarrotadas. O macho, no entanto, não parecia se importar enquanto ele caminhava com passos determinados na direção da mesa.

Os olhos de Elain se encontraram com os de Lucien, e ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Os olhos dourados de Lucien brilhavam intensamente enquanto ele se aproximava dela. A tensão no ar era palpável, carregada com a eletricidade de um encontro carregado de um significado ainda inexplorado. Ele parou diante dela, sua expressão séria, mas com uma pitada de urgência nos olhos.

- Elain - murmurou Lucien, sua voz rouca e cheia de emoção contida.

O coração de Elain começou a bater mais rápido enquanto ela observava Lucien, sem palavras para expressar a enxurrada de sentimentos que inundavam sua mente. A fêmea engoliu em seco e desviou os olhos, sentindo-se subitamente sem fôlego diante da intensidade do momento. Lucien estendeu a mão e, com um gesto delicado, ergueu o queixo de Elain, fazendo com que seus olhos se encontrassem mais uma vez. Ela podia sentir o calor irradiando da palma da mão dele, enviando arrepios por sua pele - arrepios que percorriam todo o seu corpo.

Sem mais nenhuma palavra, Lucien inclinou-se para frente e pressionou seus lábios nos dela. Foi um beijo suave no início, um encontro de lábios hesitante, mas logo se transformou em algo mais profundo e ardente. O ruivo pôs ambas as mãos no rosto de Elain, segurando-a como se fosse um presente abençoado pela própria Mãe.

Ela sentiu um turbilhão de emoções inundar seu ser enquanto se entregava ao beijo, perdendo-se no calor e na ternura do momento. Seus dedos se enrolaram automaticamente nos cabelos de Lucien, usando a força do macho para pôr-se de pé e aprofundar ainda mais aquele beijo. Pôde sentir um sorrisinho esticar os lábios do macho com o ato, mas ele não parou de beijá-la. Lucien desceu as mãos e segurou os quadris de Elain, deixando-a totalmente colada àquele corpo incrivelmente forte e másculo.

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