Capítulo 29

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Lucien ainda sentia o gosto doce do beijo de Elain enquanto descia para tomar o desjejum na Casa do Rio.

Após selarem o acordo, a magia fluiu livre entre eles, tornando aquilo tudo real, apesar de sua mente se recusar a acreditar. Ele beijou Elain para selar o acordo, mas não foi capaz de parar ali. Havia segurado uma das pernas da parceira e a enlaçado em sua cintura, posicionando o membro exatamente onde queria - entre as pernas de Elain. Mas não devia ter sido tão abrupto; a fêmea se assustou, parando o beijo com um arquejo e olhando para ele com aqueles grandes olhos castanhos arregalados.

- É melhor eu arrumar minhas coisas. - Ela balbuciou. - Ainda tenho que fazer o café da manhã da família e...

- Acalme-se, Elain. - Lucien distribuiu beijinhos pela bochecha e mandíbula da parceira. - Não vou fazer nada. Não aqui, pelo menos.

E era verdade. Não se sentia à vontade para dormir com Elain estando na casa de Feyre e Rhysand. Essa fora uma das razões pelas quais aceitou aquele acordo maluco; estando longe deles, poderia fazer com Elain tudo o que tinha vontade e, dada a forma como o corpo dela respondia ao dele, sabia que ela aceitaria. Era um tanto baixo e desesperado mas, a essa altura, ele não se importava muito.

Elain havia ficado vermelha de vergonha enquanto Lucien punha ambos de pé e ajeitava a camisola e os cabelos da parceira, levava-a até a porta e se despedia dela com outro beijo profundo.

Obviamente não fora capaz de dormir de novo, tamanha era sua excitação e exultação. Acalmar o corpo com a própria mão também estava fora de cogitação - não seria a mesma coisa e seria mais frustrante do que compensatório. Então aguardou o dia raiar antes de vestir-se com a mesma túnica do dia anterior e descer as escadas, com um sorriso tão grande que poderia ser visto até de costas. Sua satisfação nessa manhã só seria maior se pudesse ver a cara de Azriel quando souber que Elain finalmente escolhera Lucien.

Ao entrar na sala de jantar, a mesa já estava posta, e Feyre e Nyx estavam lá, o bebê ocupando a cabeceira da mesa, com a fêmea à direita. A víbora, Nestha, também estava presente, em um canto mais afastado da mesa, lendo um livro.

- Bom dia. - Lucien cumprimentou a Grã-Senhora antes de ir até Nyx, dar um beliscão de leve no nariz do pequeno e, finalmente, sentar-se ao lado da fêmea. - Onde estão todos?

- Rhysand está no escritório com Cassian e Azriel, fazendo planos para investigar a visão de Elain.

Como se o nome dela fosse uma evocação, Elain apareceu na porta da sala. Os cabelos meio soltos, apenas uma trança atrás da cabeça para afastar os fios dos olhos, um vestido simples com mangas curtas de algodão azul claro que ia até os tornozelos e uma sapatilha da mesma cor do vestido. O rosto da fêmea ficou vermelho vivo conforme ela entrava no cômodo e se sentava em seu lugar, de frente para Lucien, lançando-lhe um sorriso tímido que ele achou adorável. No mesmo instante, ouviram as vozes do trio illyriano. Abençoado seja o caldeirão, Lucien pensou, já que seu último desejo antes de deixar a Corte Noturna seria atendido: ver a expressão de Azriel quando ele saísse de lá com Elain seria impagável. Entraram na sala e Rhysand tomou seu lugar em frente à Feyre, do outro lado de Nyx. Cassian sentou-se entre Nestha e Lucien, que ficou imediatamente tenso ao ver Azriel puxando a cadeira ao lado de Elain.

A conversa fluía conforme o café da manhã avançava, mas Lucien estava mais concentrado na parceira do que na comida. Seu olho de metal captava cada movimento de Elain, especialmente os que chegavam perto de Azriel. Este, por sua vez, tinha plena consciência do que estava acontecendo e tirava proveito disso, usando toda e qualquer desculpa para roçar seus dedos nos de Elain. Até Cassian sentia a tensão entre os três, e parecia estar preparado para apartar uma briga. Mas Lucien tinha uma cartada na manga.

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