Eles fizeram amor mais três vezes.
Após aquela primeira vez, Elain tirou um cochilo de quinze, talvez vinte minutos. Estivera sobrecarregada com tantas emoções e sensações, precisou descansar. Acordou de um sono tranquilo e revigorante sentindo pequenos beijos e lambidas por todo o seu corpo. Sorrindo e sem ter tempo para inibições, ela se virou, deitando-se de costas e apreciando a visão de Lucien devorando seu corpo com a boca e com os olhos. Mais uma vez ele a fizera atingir o clímax com aquela língua sarcástica e experiente, montando nela logo em seguida e a penetrando lenta e profundamente, fazendo Elain implorar para que ele fosse cada vez mais fundo, até que ambos atingissem o orgasmo juntos.
Na terceira vez, estavam sentados no sofá, comendo algumas frutas que Lucien fora buscar enquanto aguardavam que o peixe que ele estava assando na brasa da lareira ficasse pronto. Elain vestia apenas a parte de cima da túnica de Lucien, e suas pernas nuas estavam no colo do parceiro, que traçava um caminho lento com o polegar em sua panturrilha enquanto lia um dos livros de contabilidade. Para cima e para baixo, para cima e para baixo, para cima e para baixo. Elain não esperava que aquele simples toque pudesse deixá-la tão excitada, mas aparentemente estava incapaz de se controlar, agora que experienciara as relações carnais com Lucien. Então, num ato de pura ousadia que ela jamais imaginou que seria capaz um dia, Elain arrancou o livro da mão de Lucien e montou nele, beijando-o até sentir o membro grosso sob a calça de seda, que ela agilmente puxou para baixo, guiando o membro do parceiro para dentro de si. A fêmea o cavalgou incansavelmente e gozou não uma, não duas, mas quatro vezes naquela posição, antes de Lucien se colocar um pouco mais para baixo, segurar suas nádegas e invadi-la com ímpeto.
A quarta vez foi após a refeição. Eles haviam se vestido, pois a noite já caia e Lucien esperava que alguém convocado chegasse a qualquer momento. Ele realmente parecia ansioso e tenso após a ceia, andando de um lado a outro, de novo e de novo e de novo. Elain não queria que Lucien ficasse pensando naquilo, e o único jeito que encontrou para distrair o parceiro foi, corajosamente, ficar em pé e deixar o vestido cair aos seus pés. Lucien estancou no lugar no mesmo instante e, com um grunhido que era quase animalesco, caminhou a passos largos até onde ela estava, agarrou os cabelos em sua nuca e a debruçou sobre a mesa. Elain não sabia se estava mais surpresa pela atitude dele ou pelo fato de ela ter gostado, e apesar de tudo, Lucien ainda fora gentil ao penetrá-la, tomando cuidado para que ela não sentisse nenhum desconforto.
Mas, apesar da tentativa de Elain de acalmar os nervos do parceiro, Lucien permanecia inquieto. Ela estava exausta, o interior de suas coxas doíam devido ao esforço, embora a fêmea estivesse feliz e satisfeita. A conversa com Hélion no início do dia se repetia incansavelmente em sua memória. "Estou positivamente surpreso por encontrar os dois juntos", o Grão-Senhor dissera. Quando Elain explicou os motivos, Hélion ficou estranho, contemplativo de uma forma que ela nunca havia visto antes, exceto em Rhysand, enquanto buscava um meio de salvar a vida de Feyre e Nyx antes do nascimento do bebê. A expressão se desfez quando chegaram à Borgan's mas, ao finalizarem as compras, o Grão-Senhor da Diurnal a puxara para o lado e iniciou o que seria a conversa mais franca de que ela tinha lembrança.
- Sei que não é da minha conta o que você faz ou não da sua vida, Elain. Mas tenho mais tempo nesse mundo do que gostaria de admitir e, por motivos que não posso explicar a você agora, me preocupo com aquele garoto. Se você contar isso a alguém eu negarei até a morte. - Ele riu e ficou em silêncio enquanto o vendedor entregava a cesta de vime à Elain, depois a puxou pelo cotovelo e os afastou um pouco mais. - Lucien já sofreu demais nessa vida miserável dele. Se vai entrar nessa missão de tentar salvá-lo, tem que fazer isso de corpo e alma. Literalmente. - Ele continuou antes que Elain pudesse dizer qualquer coisa. - Nada mais de meias palavras, nada mais de quente e frio. Ao embarcar nesse barco, deve se entregar por inteiro, permitir-se viver aquilo que foram destinados a viver. Só o Caldeirão sabe o quanto alguns de nós gostariam de ter a sorte que vocês têm de poder lutar ao lado um do outro pelo elo que os liga.
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Corte de Flores Flamejantes
Fanfiction"Havia fogo por toda parte. E em meio a todo aquele fogo... Ele. Elain não conseguia se mover. Não conseguia gritar. Não conseguia avisar Lucien para que corresse, para que se salvasse. Ele morreria, ela sabia disso. Sentia em seus ossos. Sentia...