Capítulo 26

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- É a Corte Primaveril. - Lucien declarou, em alto e bom tom. - A Corte de Flores Flamejantes é a Primaveril. O Grão-Senhor caído é Tamlin.

Olhou para cima, diretamente para os olhos azuis de Feyre.

- Elain viu um lago prateado. - Disse à Grã-Senhora. Tinha certeza de que ela se lembraria daquele lago, pois há muito tempo Tamlin a havia levado até lá na esperança de, Lucien sabia, trepar com a humana. Aquilo não ocorreu, mas o Grão-Senhor da Primaveril não se abalou e deu a missão como concluída, não fornecendo maiores informações.

Toda a cor foi sugada do rosto de Feyre. Sim, ela lembrava.

- Merda. - A Grã-Senhora praguejou, mas Lucien deixou de prestar atenção quando sentiu o sofá afundar ao seu lado.

Elain havia deitado a cabeça no encosto do sofá, onde seu próprio braço repousava, a mão do macho estava a centímetros da cabeleira dourada. Os olhos da fêmea estavam fechados, e sua respiração começou a ficar pesada e regular.

- Elain? - Chamou, e as pálpebras finas se ergueram, os cílios compridos fazendo sombra nas bochechas. - Vá se deitar, isso aqui vai durar horas. - Apontou com a cabeça para o Círculo Íntimo de Rhysand, que traçava planos para descobrir quem seria o traidor mencionado por Elain.

Sua parceira sorriu preguiçosamente e, apesar de o momento não ser propício, Lucien se pegou imaginando-a abrindo aquele mesmo sorriso após ele a ter satisfeito na cama por horas a fio. Elain deve ter sentido a mudança de rumo de seus pensamentos, pois ficou vermelha e rapidamente levantou-se. Lucien acompanhou o movimento cordialmente, permanecendo em pé até que Elain se despedisse educamente dos presentes, lançando a ele um último olhar antes de sair do cômodo.

Quando voltou sua atenção aos demais, captou o sorriso cúmplice de Feyre para ele, e a leve erguida de sobrancelha da Grã-Senhora. "Só questão de tempo", a voz dela ecoou em sua mente e, pela primeira vez, Lucien concordou com a amiga.

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Passava das três da manhã quando a reunião de emergência convocada por Rhysand teve um fim, muito embora não tivessem chegado a um consenso. Tudo o que Lucien sabia era que deveria voltar à Corte Primaveril e encontrar Tamlin o mais rápido possível. Deveria avisá-lo, deixá-lo ciente da visão de Elain e rogar para que tivesse calma e cuidado, apesar de saber que o Grão-Senhor tinha tendência a não escutar seus conselhos.

Já no quarto destinado à ele na casa de Feyre, Lucien tirou a camisa da túnica, jogando sobre uma cadeira disposta em frente à uma mesa, que ficava de frente para a janela no quarto. Levou as mãos aos cabelos e desamarrou a tira de couro que ainda os mantinha presos, sentindo os fios soltos roçarem suas costas nuas, sentou-se na cama e tirou as botas com os próprios pés antes de se jogar deitado de costas sobre o colchão macio. Cruzou as mãos embaixo da cabeça e se permitiu pensar em Elain, nos sorrisos que ela lhe lançara, em sua mão pequena e gelada segurando a sua com força enquanto a curandeira a examinava, sob olhar atento dos presentes. Lucien gostou da sensação, de sentir que ela precisava dele ali, de cuidar dela... Um sentimento que nada tinha a ver com a parceria se esgueirava em suas entranhas, e o macho surpreendeu-se imaginando o quanto seria fácil se apaixonar por Elain, se ela continuasse com essa doçura para com ele.

Adormeceu com esses pensamentos em mente, ainda na mesma posição em que havia deitado.

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Havia fogo por toda parte.

E em meio a todo aquele fogo... Ele.

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