Praia da Reseva - RJ
Sexta feira - 9:11amMateus narrando
Depois que a Laís saiu, fui no banheiro fazer minhas necessidades e voltei procurando pelo meu celular. Quando achei, tentei mandar mensagem para a minha coroa ou para a Laura, mas a porcaria não pegava sinal nem fudendo.
- Namoral, nem sei o que vai sobrar de mim quando eu trombar com essas duas em BH - falei sozinho e deixei o celular no criado que tinha ao lado da cama.
Fui procurar alguma coisa para vestir e quando olhei para o chão minhas coisas estavam todas jogadas, então juntei e dobrei rapidão antes de sair. Aproveitei e dobrei as que estavam emboladas na mochila também, porque se tem um bagulho que me irrita é bagunça.
Joguei qualquer camiseta no ombro, acrescentei meu Rolex de lei e calcei meu chinelo antes de sair. Lá fora estava um calor dos infernos, mas nem fudendo que vou ficar sem camisa perto daquela louca, então quando cheguei no final da escada eu vesti a blusa e virei o boné pra trás. Cheguei manso na cozinha pra não assustar ninguém e de cara avistei ela com uma roupa minúscula, mas o que mais me chamou atenção foi no rango que ela preparou. A mesa estava recheada de bagulho gostoso, uma parada mais diferente que a outra e com uma cara muito boa.
Laís: Oie, agora posso te dar um bom dia? - olhou pra mim sorrindo e empolgada.
- não.
Fui seco e ela também não falou mais nada, só sentamos na mesa e eu comecei a comer de boa.
Realmente, ela manda bem pra caralho. Essa maldita vai me ganhar pelo estômago, fica vendo.
Laís: quer fazer alguma coisa depois do café? Em volta dessa praia tem muita coisa legal pra gente aproveitar e conhecer.
- não, valeu.
Laís: caramba RD, você falou que iria tentar.
- falei? Quando foi isso aí? - arqueei a sobrancelha olhando para ela.
Laís: pelo menos foi o que deu a entender né.
- não dá pra tirar conclusão dos bagulho que você entende, só fez merda até agora - eu disse antes de levar o copo de suco na boca e ela abaixou o olhar.
Por mais que eu esteja puto com ela e com essa situação toda, a real é que tô preguiça de ficar com essa marra toda, tô afim de ficar leve e não esquentar cabeça com porra nenhuma pelo menos hoje. Óbvio que tudo tem um limite, mas se ja estou na merda, preciso aproveitar pelo menos
- bora caí de peito mais tarde? - sugeri e ela me olhou sorrindo.
Laís: tá ótimo pra mim.
Terminamos de comer e eu ajudei ela a arrumar a cozinha.
Sou muleque prendado pô, ajudo minha coroa em casa desde menor e sou escravo da Laura nas horas vagas.
Até comecei a rir quando lembrei do dia que eu e a surtada fomos arrumar cozinha e começamos a tacar água um no outro. Ela virava a ponta da torneira pra mim e abria, me dando um banho gelado pra caralho, depois eu revidava enchendo uma vasilha qualquer com água da geladeira e jogava nela. No final a porra do lugar ficou igual uma piscina. Nós rimos tanto que caímos no chão e passamos mal porque não conseguíamos puxar o ar para respirar. Logo depois minha mãe chegou e meteu o louco, ficou bravona e botou os dois pra limpar a cozinha de cima a baixo. Que dia foda.
Laís: posso saber o que está te fazendo sorri assim? É uma novidade - olhei pra ela e já iria dar uma patada de novo, mas me contive.
- de uns bagulho que eu lembrei com uma amiga minha, nada demais não.
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Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)
JugendliteraturAté onde você iria para esconder o seu maior segredo da pessoa que você mais ama? Talvez criar outra vida seja uma boa opção. Afinal, você teria outra personalidade, outros princípios, outros valores e ninguém poderia te julgar por isso. Mas e se e...