Capítulo 2

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Favela do Vidigal - RJ
Quinta-feira - 14:20pm

Três dias antes do almoço...

Mateus narrando

- Mina você tá ficando louca, namoral - falei já alterado, mas tentando segurar a onda - nada haver esse papo aí.

Xxx - Louca RD? Eu te amo cara e você não entende isso. Eu me doei de corpo e alma pra você, deixei você tocar no meu corpo de uma forma que nenhum outro homem tocou. Me deixei levar pelas suas doces palavras e agora eu que estou ficando louca? - falou sem parar de chorar.

- Doces palavras? O que falei demais contigo maluca? Oi? Bom dia? Tchau? - contei nos dedos - Corta essa, a gente mal, mal conversou e você veio tirando a roupa pra mim, aí vem falar que nenhum homem te tocou assim? Me estressa não porra.

Xxx: Mal conversamos? Você me ligou de madrugada RD.

- Pra transar - falei óbvio.

Por mais que não pareça, eu não sou muito de ficar pegando geral, eu seleciono demais as mina que eu fico porque detesto aquela bajulação dessas piranha doida atrás de patrocínio no meu ouvido. Por isso que quando avistei a Laís no baile da segunda eu fiquei doido.

Papo reto, ela é uma mina gata e gostosa, uma morenassa com o cabelo cacheado e uma bunda enorme. Quando eu vi ela lá toda tímida no baile, só na dela e sem render pra ninguém, alguma coisa atiçou em mim. Cheguei manso para trocar ideia e do nada a doida me arrastou para o beco.

De início eu achei que era para a gente se pega de um jeito mais reservado, mas não, ela só queria bater um papo. Até tentei render na boa, mas a enrolação foi grande e eu perdi a paciência puxando ela para um beijo. Eu passei a mão aqui e ela passou dali, quando percebemos a gente estava quase transando no beco mesmo, então para não tomar um pau do dono do morro, fomos para um barraco. Entrei com ela já tirando a roupa e empinando para mim, eu nem pensei, só fui e fiz a boa.

Transamos só uma vez, de lá pra cá rolou uma pegação ou outra, mas não passava disso porque ela vivia fugindo e eu não insistia. Agora a maluca veio crescer pra cima de mim cheia dos sentimentos? Saí fora.

Laís: Você foi o meu primeiro RD, eu me entreguei a você porque achei que você era diferente.

Eu realmente tô começando a ficar bolado. Essa menina é doida.

- Eu não te pedi nada, você me deu porque quis - senti ela me olhando indignada enquanto eu continuava mexendo no celular. Tem mil merdas pra eu resolver e a praga não para de balangar na minha orelha - A gente mal se pegou, te comi uma vez pra depois você dar no pé toda vez a parada começava a fluir. Agora você vem toda emocionada pra cima de mim? Não sou responsável pelos sentimentos de ninguém não Laís, te orienta.

Laís - AHH MAS É SIM!! - gritou batendo na mesa. Na mesma hora eu subi o olhar em direção a ela sentindo meu sangue esquentar - A PARTIR DO MOMENTO QUE VOCÊ ME ILUDIU, VOCÊ ME DEVE. NA HORA DO BEM BOM, NA HORA DE GOZAR ESTAVA DAORA NE? AGORA ASSUME TUAS RESPONSABILIDADES.

Minha cabeça já está quente com tanta parada acontecendo ao mesmo tempo. Ouvir ela gritando comigo só me fez levantar neurótico e ir em direção a ela, fazendo ela me olhar no olho enquanto eu apertava a mão no seu rosto.

- Vou falar contigo só uma vez e guarda bem, porque não sou de repetir as paradas - ela sustentou a encarada e eu achei melhor assim - Não sei que onda você tá pegando, que droga fumou, mas eu não gosto de você, quem dirá amar. Se você criou sentimentos o problema é teu, nunca cobrei porra nenhuma de piranha pra elas não virem com essas ideia errada para o meu lado. Se você tá achando que só porque é filha do Catatau eu vou assumir alguma coisa contigo, tu tá viajando legal. Agora some da minha frente, antes que perco o resto da paciência que ainda tenho.

Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora