Belo Horizonte - MG
Sexta feira - 7:43amMateus narrando
Acordei cedo com a Carol fazendo barulho na cozinha e aproveitei pra levantar também.
Carol: nossa desculpa, não quis te acordar - falou coando o café enquanto eu pegava uma água.
- suave, tô acostumado a acordar cedo.
Carol: dizem que bandido não dorme né? - me olhou e eu sorri de lado.
Namoral, ainda é muito estranho falar sobre essas paradas desse jeito.
- por aí, a mente fica na atividade o tempo todo.
Carol: dá pra imaginar. Quer café? - me ofereceu uma xícara e eu peguei - direto a Andressa acordava cheia de pesadelos e só conseguia dormir de novo quando estava aqui, caso ao contrário ela passava a noite toda me mandando mensagem.
- é uma parada de porto seguro e segurança, eu sou assim com a Laura desde muleque.
Carol: então porque não dorme lá com ela? - sorriu sacana e eu ri.
- tu é mó capetinha também né não? - neguei com a cabeça - a mina tá noiva ainda pô, não sou nenhum emocionado.
Carol: não é? Até parece né Mateus - sorriu debochada e eu encarei ela.
- até parece porque?
Carol: você e ela já se pegaram que eu sei querido.
- e sabe como?
Carol: adivinha?
Não fode...
- eu vou acabar com a Andressa, esse papo de fofoquinha já tá apelando, namoral - fechei a cara e ela começou a rir - qual foi da graça?
Carol: quando se trata de mulher, vocês não conseguem pensar direito né? - levantou e colocou a xícara na pia - ela não me falou nada, eu joguei verde e você acabou de entregar o jogo.
Filha da puta.
Carol: mas quer um conselho de amiga? - eu ia falar que não, mas ela continuou - vigia, porque pra um bandido com a fama igual a sua, você tá muito inocente em - bateu no meu braço e saiu.
Certeza que tô com mó cara de idiota agora.
Tô ciente que tô mais avoado e tal, mas foi por escolha minha. Fiquei dois anos e meio fora dos esquemas, perdi a prática um pouco e escolhi sossegar quando eu voltasse, mas pô, não dá pra perder a maldade de vagabundo e esperar alguma merda acontecer pra ficar esperto.
Levantei rápido, lavei as paradas que eu tinha sujado e arrumei o sofá. Eu tava cheio de caô pra resolver e tô só deixando pra depois, então é hora de botar a cara no mundão e avisar pra geral que eu voltei.
Tomei aquele banho caprichado, coloquei uma peita daora, um tênis das antigas, minha correntinha e o boné. Inclusive eu tava sentindo uma falta do caralho do meu anel, mas sempre esqueço de pedir a Laura de volta. Passei meu perfume e quando abri a porta dei de cara com uma morena toda descabelada e de camisola.
Laura: nossa, aonde você vai tão cheiroso assim? - me deu um beijo na bochecha e entrou bocejando.
- tô cheio de parada pra resolver.
Laura: que saco em, eu também tô - sem perceber ela levantou a camisola e sentou no vaso pra fazer xixi. Eu só consegui ri da situação - tá rindo de que?
- uai, não tô te entendo.
Laura: porque?
- olha o que cê tá arrumando.
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Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)
Ficção AdolescenteAté onde você iria para esconder o seu maior segredo da pessoa que você mais ama? Talvez criar outra vida seja uma boa opção. Afinal, você teria outra personalidade, outros princípios, outros valores e ninguém poderia te julgar por isso. Mas e se e...