Capítulo 17

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Um mês depois...

Laura narrando

Cheguei no Studio super atrasada e todo mundo me olhou de cara feia.

- desculpa gente, não foi por querer.

Leandro: até porque se fosse, a gente iria te dar uns cascudos.

Cléber: no dia que a Laura chegar no horário, eu conto para os meus pais que eu sou gay, sem brincadeira.

- então dá próxima vou chegar uma hora mais cedo só pra te dar um incentivo - ri também - já está tudo organizado? Cadê o Tomás?

Tomás: cheguei Brasil, tudo bem gatinha? - veio até mim e me deu um beijo no rosto.

- bem e você? - ele assentiu e sentou na cadeira em frente aquela mesa cheia de botões.

Natan: tem gente aí que não conheceu a mão do Mateus pra tá chamando a Laura de gatinha né? - todos riram e ele me olhou assustado.

Tomás: ele tá aí?

- não, relaxa.

Cléber: vai dando sorte pro azar campeão, o cara peitou até a muralha do Cesar quando viu as segundas intenções rolando - riram mais ainda e ele engoliu em seco.

Tomás: você sabe que é meu jeito né Laura? Se tiver problema eu paro.

- por mim está tudo bem, o Mateus que é meio surtado as vezes - ri também.

Leandro: esse relacionamento aí é mais tóxico que meu cigarro.

A sala virou uma zorra com todo mundo rindo e falando do meu Mateus. Em parte era engraçado, mas ninguém tem nada haver com isso.

- vamos parar de falar da minha vida e começar a gravar? - sorri falsa entrando na sala de música - bando de fofoqueiros que adoram cuidar da vida do coleguinha.

Tomás: o áudio tá ligado viu?

- tô nem ai, é para vocês ouvirem mesmo.

Eles continuaram rindo e eu comecei a testar o som, então rapidinho todo mundo se concentrou e acabou a graça.

- lá, lá, lá, lá... Uoou, uoou... tá legal Tomás? - ele fez sinal que sim e eu comecei a cantar.

Essa nova música falava sobre duas metades, alguém que teve o seu coração dividido entre duas pessoas e estava tentando descobrir com quem ela seria mais feliz. Na minha vida pessoal foi fácil saber a resposta, mas muitas pessoas passam por isso e no final acaba ficando sem ninguém.

Eu estava empolgada cantando o refrão, quando do nada o meu estômago embrulhou completamente e eu tive que sair correndo para o banheiro.

Não sei como, mas vomitei todo o meu café da manhã e o cachorro quente que tinha comido ontem.

Cléber: Laura? Tá viva? - bateu na porta do banheiro.

Leandro: abre aqui pra gente te ajudar.

Olhei em volta e travei nos meus pensamentos, porque nada melhor para uma mulher do que uma mente perturbada e paranóica em achar que está grávida.

- não pode ser, não, não... - sussurei e passei água no rosto e na nuca.

Toda mulher conhece o seu corpo, e eu conhecia o meu perfeitamente pra saber que tinha alguma coisa estranha. Eu já havia pensando nisso quando minha menstruação atrasou, mas meu ciclo é desregular, então eu respirava fundo e fingia que estava tudo bem. Agora vomitar assim do nada? Isso não é normal.

Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora