Capítulo 24

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Laura narrando

Esses dias que se passaram foram uma loucura. Me aproximei do Rafael e de vez em quando ele até vem me ver. Acho incrível como ele consegue ter bom humor para tudo e ver coisas boas nas piores situações, é quase uma dádiva encontrar pessoas assim. Nós até ficamos algumas vezes, mas não passamos do beijo.

Já o Cesar... Esse é o segundo homem que ama me irritar.

Ele me procurou para pedir desculpas e disse que entendeu os meus motivos de chateação. Eu desculpei porque não gosto de levar o peso desse sentimento comigo, mas disse que ainda iria tomar algumas providências. No fim o filha da mãe veio todo manso me beijar. Eu retribuí? Claro, preciso fazer jus ao meu papel de idiota, mas deixei bem claro que isso não vai se repetir.

Eu tenho uma mania fudida de buscar os baldes que eu chuto, mas dessa vez vou me esforçar para deixar ele lá quietinho.

Já estava tomando café quando o Mateus apareceu na cozinha e me olhou com a cara fechada.

- que foi?

Mateus: qual a dificuldade de guardar a sua escova de dente cara? Toda vez você deixa em cima da pia, bagulho mó nojento - sentou para tomar café também.

- foi mal, esqueci.

Mateus: "esqueci" - me imitou - vou esquecer que gosto de você também e enfiar aquela escova na sua guela.

- ihhh acordou boladinho porque? - ele me fuzilou com o olhar e eu fiquei quieta.

O Mateus é um cara incrível, mas tem que saber lidar com essa fera. Por exemplo, tem dias que ele é um poço de carinho, mas tem dias que é melhor nem olhar na cara dele se quiser continuar viva.

- você ficou sabendo da Isabela? - mudei de assunto.

Mateus: não, porque? - pegou o meu pão e enfiou na boca.

- folgado nem um pouco né? - negou com a cabeça - os pais dela estavam com uns policiais lá no supermercado. Parece que ela sofreu um acidente semana passada e eles estão investigando.

Mateus: hum - me olhou com completo desinteresse sobre o assunto.

- estou te contando porque você ficou mais íntimo dela nos últimos dias.

Mateus: últimos dias o caralho, ficamos uma vez pra nunca mais. Mulher chata da porra.

- realmente - comecei a ri - então você não sabe dela?

Mateus: já disse que não - levantou e tomou o meu suco de uma vez - anda logo aí que eu tô cheio de bagulho pra resolver.

Levantei, me arrumei correndo e saímos rápido de casa porque a chatura não parava de me apressar.

Quando cheguei no Studio todos estavam do lado de fora conversando e rindo. Despedi do Mateus que continuava com a cara de poucos amigos, e quando fui para sair do carro, ele me puxou de volta.

Mateus: qual foi?

- o que?

Mateus: do nada você ficou estranha.

- não é nada demais, vai passar. Te amo e se cuida - puxei o meu braço de volta e saí.

Não é que a felicidade alheia me incomoda, longe disso, mas depois daquele dia, tudo o que esse povo faz me irrita, é incrível.

- o que vocês estão fazendo aqui fora? - me aproximei sem cumprimentar.

Tábata: a moça da limpeza pediu pra esperar uns 10 minutinhos antes de entrar.

Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora