Capítulo 53

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Uma semana depois...

Mateus narrando

E lá se vai mais uma semana fudida.

Depois do bagulho que aconteceu com a Laura, minha mãe tem ficado bem depressiva e chorado bastante, então trouxe ela pra morar comigo. Até que tá sendo daora, eu tava sentindo uma falta danada do carinho dela e acho que ela também estava sentindo de mim.

O Yuri continua no hospital, fiquei sabendo que ele ficou três dias em coma induzido, mas já acordou. O Yago não sai do pé dele, tá dia e noite no hospital e disse que quando o Yuri sair eles vão se mudar. Até tentei conversar com ele na boa, fui pra mostrar o tanto que esse pensamento dele tá errado, mas ele não quis me ouvir, então larguei o fodas. Minha mãe que tá aflita com os dois, acho que a ficha caiu e por mais que ela está tentando ser forte, a veia tá tristona.

Sobre a Laura eu não faço nem ideia de como ela está, mas provavelmente deve tá bem. Minha tia veio aqui e ouvi ela comentando com minha mãe que a Laura começou a viajar pra fazer show, tô com um orgulho da porra. Falando na tia Carla, ela ficou sabendo do que pegou com o Yuri e ficou bolada, mas em nenhum momento acusou minha mãe, muito pelo ao contrário, veio pra ajudar ela e dar uns conselhos. Acho a amizade das duas daora demais.

Sai do chuveiro e vesti uma blusa vinho, uma calça mais escura e um tênis. Hoje era consulta da Samantha, única coisa que me deixou mais animado essa semana. Arrumei o cabelo, coloquei meu relógio, a correntinha que eu tinha tirado e meu anel. Quando desci pra cozinha minha mãe estava limpando os armários.

Mãe: Mateus tem que fazer compra.

- vou ter que sair agora, quando eu voltar a gente vai lá jae? - ela assentiu sem olhar pra mim e eu me servi um suco - ligou pro Yago?

Mãe: liguei, ele não quer me atender.

- quer que eu vou lá hospital? - perguntei sem vontade nenhuma, mas se isso for deixar ela mais tranquila eu vou.

Mãe: eu mesma quero ir - olhei pra ela.

- tem certeza? Se a senhora der uma de coração mole e passar a mão na cabeça daquele muleque vou ficar bolado contigo.

Mãe: você acha que manda em mim garoto? - levantou e me olhou brava - Se eu quiser ir, eu vou. Se eu quiser passar a mão na cabeça dele, eu passo. Se eu quiser bater nele naquela cama de hospital, eu bato. Vocês três esquecem que são e esquecem principalmente quem eu sou, eu que mando em vocês e não ao contrário.

E lá vamos nós de novo...

- tô falando que mando na senhora? - lavei meu copo e encarei ela de novo - pode parar com esses caô pro meu lado. O papo que eu te dei é que eu vou ficar bolado se tu passar a mão na cabeça dele, porque eu sei que se você for lá, é isso que vai acontecer.

Mãe: você não tá conversando com seus amigos Mateus, fala direito comigo - ri pelo nariz.

- você entendeu tudo que eu falei, para de show.

Mãe: não entendi não, mas tudo bem - respirou fundo - eu vou lá hoje, você queira ou não.

- não acha melhor esperar ele sair? Que aí se você quiser bater nele, tu não vai presa - ri com a cara que ela fez.

Mãe: acha que eu sou você? Que bate nas pessoas até elas ficarem em coma? - senti um tom de julgamento na voz dela e parei de rir.

- queria que eu fizesse o que então Rosângela? - cruzei os braços - Tudo bem pra você ele ter estuprado uma mulher e ainda por cima a Laura? É isso mesmo?

Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora