Capítulo 21

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Aviso: esse capítulo pode ser alvos de diversos gatilhos.

Belo Horizonte - MG
Sexta feira - 19:16pm

Laura narrando

Parei pra descansar um pouco e apoiei nos joelhos depois de correr uma maratona.

- só você pra me fazer correr 7km direto em - olhei pra bola de pelo na coleira e ele deitou no chão também cansado.

Desde ontem estou tendo crise de ansiedade uma atrás da outra, as mudanças de medicamentos e os hormônios estão me matando, então resolvi sair pra correr antes que eu surte de vez. A coisa tá tão feia que hoje de manhã eu taquei um tênis na cara do Mateus porque ele estava saindo pra trabalhar e eu estava com muito frio. Na verdade eu estava morrendo de calor, mas queria uma desculpa convicente pra ele voltar e me abraçar de conchinha, só que não rolou e eu fiquei com muita raiva.

Sério, uma hora eu vou acabar matando ele sem querer.

Sentei no banquinho da praça e tentei controlar a respiração enquanto procurava o meu tal segurança, olhei pra um lado e para o outro e de longe vi um cara correndo na minha direção, mais morto que um zumbi.

Xxx: cole patroa, o RD não deu ideia sobre essas paradas fitnesse não pô - sentou do meu lado super ofegante e eu comecei a rir - o cara colocou um fumante pra ficar no teu pé e tu mete uma corrida dessa? Tá doido.

- qual o seu nome mesmo?

Xxx: Junim.

- Junim, vocês não correm no morro não? Achei que essa vida era cheia de adrenalina.

Junim: e é né patroa, mas a força de vontade é outra.

- como assim?

Junim: coloca um pm atrás de mim pra tu ver se eu não passo por você três vezes correndo - começamos a rir junto - papo reto pô, essas idéias de correr pra ficar feliz é mó gastação de onda, namoral.

E esse é o aliado responsável que meu namorado disse que iria colocar como meu segurança, vemos claramente que até ele precisa de segurança.

- você já foi preso?

Junim: duas vezes.

- porque?

Junim: namoral mermo? RD deixou bem claro que não era pra trocar ideia sobre essas paradas contigo, então eu ficaria muito grato se cê não me arrumasse caô.

- pior que eu nem duvido disso, achei que ele nem deixaria você conversar comigo.

Junim: não iria deixar mermo não, mas depois pensou direito e disse que se eu não conversasse contigo, você iria apertar a mente dele até arrumar um cara mais gente boa - ri alto.

- ainda bem que ele sabe, porque eu odeio gente mal humorada do meu lado. Já não basta eu.

Junim: mas tu é mó mina firmeza, eu já fiquei no pé de umas aí que pelo amor de Deus. Quase me dei um tiro - rimos juntos de novo.

- pelo menos sou mais legal que o RD, porque assim... Eu amo ele, mas a benção é chata.

Junim: também acho... - vi que ele falou sem querer, então na mesma hora eu encarei ele, ele me olhou assustado - pelo amor de Deus, não foi isso que eu quis dizer. Ele é gente boa pra caralho.

Eu comecei a rir tanto que o menino ficou mais assustado ainda.

- eu vou contar pra ele tá? - falei só pra colocar medo.

Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora