Capítulo 45

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Já era quase 10 horas da noite quando chegamos no lugar combinado. O pilha já havia batido rádio avisando que o china estava na pista e em qual carro ele estava.
Por costume, eu conferi se estava tudo nos conformes e senti a adrenalina começando a subir.

Toda vez que tu saí para uma missão, o que manda mesmo é o que tu vai sentir fazendo aquilo, e é por isso que muitos continuam nessa vida. A adrenalina vicia, esse sensação de aventura e até mesmo o medo, é gostoso pra caralho mermão.

Olhei para o RD e fui surpreendida com a puta cena dele cheirando uma carreira de pó em cima do celular.

- que porra é essa aí, RD?

Essa peste faz cada bagulho que tu nunca nem imagina. Paga de marrento posturado, dono da razão e o diabo a quatro, pra chegar aqui e ficar cheirando cocaína.

RD: foca no seu Andressa - falou jogando a cabeça para trás e fechando os olhos esperando a onda bater.

- maconha não pode, mas pó é suave pra tu?

RD: por aí - olhou a notificação que recebeu no celular e sorriu - bora pulga, mete marcha que o filha da puta tá cruzando a principal.

O cara saiu cantando pneu e nós abaixamos as tocas pretas esperando pela hora certa. Ele ultrapassava geral no trânsito, tirava cada fininho que eu jurava que iria bater a qualquer momento.

RD: se liga, rapaziada - falou no rádio - se matarem o rato, eu vou cobrar. Quero esse bosta vivo.

Orei aquele pai nosso rapidão e quando cheguei no amém vi o pulga colando na traseira de um Porsche, não demorou para eles perceberem e acelerar mais na tentativa de dar fuga.

Pulga: e agora ou nunca em família, mete bala nesses otários - disse sorrindo. O pulga por ser um ótimo piloto de fuga, adorava essa porra.

Não vou vou negar que também gosto de sentir a adrenalina correndo nas veias, mas não consigo ficar tirando onda nesses momentos. Eu fico seria pra caralho durante as missões.

O cara do Porsche cortou para esquerda e o pulga jogou para a direita, ficando lado a lado e facilitando a minha mira. Quando peguei segurança, coloquei o fuzil pela janela e esperei a hora certa para atirar no pneu, mas não consegui.

- que porra.

Atirei mais algumas vezes e as balas vazavam a lataria do carro de luxo, mas ele continuava acelerando.

RD: BORA, PORRA!

Olhei para frente de relance e avistei o RD abrindo o vidro para sentar na janela, depois apoiou o fuzil por cima do carro e começou a atirar também.

- PRA QUE UM CARRO BLINDADO SE O IMBECIL SENTA NA JANELA?

Nescau: esse cara é maluco tio - falou atirando nos motoqueiros que começaram a atirar em nós.

- VOLTA RD, OS CANA ESTÃO DESCENDO EM PESO - gritei e ele continuou atirando com o fuzil.

Olhei para trás e além dos motoqueiro, umas quatro viaturas apareceram atrás da gente. Pra esse idiota tomar um tiro na costela, pouco custa.

- Ô BUCETA, SE TU NÃO VOLTAR EU JURO QUE TE JOGO LÁ FORA.

Ele resmungou alguma coisa e sentou no banco de novo.

RD: A Andressa corta a onda de qualquer um - olhou para trás me encarando - VAI ENTÃO, CARALHO. METE O DEDO POR AÍ.

Neguei com a cabeça tirando o fuzil da bandeirola, apoiei na janela e voltei a atirar.

Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora