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Laura narrando
Depois que o Mateus saiu do quarto, eu sentei na cama e fiquei pensando em tudo que aconteceu e nas coisas que ele disse...
Para dar início ao surto, eu tenho plena consciência que comecei a namorar um cara que nem amo. Nunca pensei que eu mesma me colocaria nessa posição, mas depois do que aconteceu na casa do Mateus, eu me senti tão mal amada, descartável, carente, sei lá... Isso acabou me encorajando e me fazendo aceitar esse namoro. E para ser sincera, eu não menti quando disse que estava disposta a amar o Rafael, mas não faço ideia de quando vou conseguir fazer isso acontecer. Então até lá, eu fico com essa sensação horrível de estar usando um cara enquanto sou apaixonada por outro.
Sim, descobri isso agora. Eu não só amo, como também sou apaixonada pelo meu melhor amigo. Que ótimo.
Eu já havia ficado toda boba quando ele me chamou de "minha mulher" na cozinha. Depois cantamos aquela música no quintal e meu peito gritou para ir lá e beijar ele na frente de todo mundo, assumir o que sentimos e vivermos felizes para sempre. Inclusive, por um momento eu estava muito disposta a terminar tudo com o Rafa e admitir que foi só uma loucura. Mas quando a Laís chamou ele e o Rafa chegou de surpresa, nós saímos do nosso transe perfeito e voltamos para a realidade.
Quando olhei para ele de novo e vi sua cara de ódio e surpresa com tudo que estava acontecendo, eu realmente senti muito por isso, porque apesar da minha razão gritar para eu continuar tentando me relacionar com outra pessoa e não deixar o Mateus e o seu amor tóxico se aproximarem, meu coração implora para que eu largue tudo e corra para ele, implora para mais um beijo, mais um abraço e por um carinho que só ele consegue me dar. Não sei quando esse sentimento começou, mas quando eu me dei conta já estava sentindo os frios na barriga, os simples beijos na bochecha já me arrepiavam e os pensamentos de namoro, de casal e mais um monte de loucura tomaram conta aos poucos.
Tenho que admitir que não foi difícil me apaixonar pelo Mateus, é só prestar um pouquinho mais de atenção em tudo que ele faz por mim e pronto. Essa diferença de carinho que ele tem comigo e com as peguetes dele é totalmente notável, e não vou mentir que adoro me sentir o centro das atenções na vida de alguém que não liga para ninguém, mas isso é o que mais me preocupa. Não sei como vai ser se ele enjoar de mim e se cansar do que temos, e para ele larga tudo e voltar para esse mundo de putaria que ele tanto gosta, pouco custa.
E aí é que está o ponto... Eu confio no Mateus, mas não consigo confiar nos sentimentos dele.
Só sei que essa conversa me deixou com mais dúvidas e incertezas sobre o que eu devo ou não fazer. Mas ao que tudo indica é que eu tenho que deixar as coisas acontecerem como devem ser, não vou me preocupar com isso, até porque como ele mesmo disse... não estamos prontos pra viver isso de verdade, e realmente, não estamos. Estamos sofrendo? Sim, principalmente ele. E para ser sincera isso está sendo um peso enorme em mim, mas é só lembrar as tantas merdas que ele anda fazendo que fica mais fácil de lidar com isso. Principalmente quando se trata da Laís. Eu juro que tento entender porque eles ainda estão juntos, mas não entra na minha cabeça. Ele sempre foi o cara que resolve tudo e nunca foi intimidado por ninguém a não ser pelo próprio pai, então desde quando uma mulher consegue manter ele em um relacionamento só com ameaças de suicídio? Essa merda não faz sentindo. Pelo menos não pra mim.
Mas enfim.... Apesar das milhares de dúvidas, a única certeza que tenho no momento é que eu nunca vou amar alguém da mesma forma que amo o Mateus, mas não posso viver baseada nisso. Eu amo ele demais, chega até doer, mas não posso esperar ele mudar, não posso esperar voltar a ser prioridade na vida dele e esperar que ele me queira de verdade. Eu me amo demais para aceitar o pouco que ele está me oferecendo.
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Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)
Teen FictionAté onde você iria para esconder o seu maior segredo da pessoa que você mais ama? Talvez criar outra vida seja uma boa opção. Afinal, você teria outra personalidade, outros princípios, outros valores e ninguém poderia te julgar por isso. Mas e se e...