Capítulo 13

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Mateus narrando

Voltei pro quarto, peguei meu celular em cima da mesa e vi que tava cheio de mensagem dos caras me chamando pro bailão. Ignorei geral e fui ver as mensagens das meninas, a Laura mandou uma dizendo que estava vindo pra cá e Carol mandou um "MATEUS" e ligou um bocado de vez, então retornei de volta e esperei chamar.

Ligação on

Carol: alô

- qual foi doidinha? Me ligou aqui um montão de vez.

Carol: ah... - respirou fundo - foi engano, desculpa.

- quem liga cinco vezes por engano Carol? Dá o papo logo.

Carol: perai... - escutei uma porta fechando e alguns passos - olha, eu não deveria falar nada, mas não tô aguentando mais essa situação.

- que situação?

Carol: da Laura e do Rafael, eles brigaram de novo.

- casal briga mesmo pô, ainda mais a Laura que gosta de um barraco.

Carol: não Mateus, você não está entendo, eles brigaram de porrada e tudo.

- como é que é? - levantei na hora - conta essa porra direito.

Carol: a Laura vai me matar por ter te contado.

- fodas, solta a voz.

Carol: eu não sei qual foi o motivo dessa vez, mas escutei umas coisas caindo e quebrando no quarto, quando fui lá pra ver o que era a porta estava trancada. Tentei entrar, mas não consegui. Aí a Laura pediu pra te ligar e você descer com seus amigos da serra, imaginei que as coisas estavam graves pra ela ter pedido isso... - ela falava e o ódio aumentava cada vez mais - depois disso o Rafael abriu a porta, quando eu entrei a Laura estava toda machucada.

- ele não fez uma merda dessa não - comecei a rir de nervoso.

Carol: ele também estava sangrando, então com certeza a Laura bateu nele também.

Sentei de novo e tentei processar tudo enquanto respirava fundo.

- é a primeira vez que essa porra acontece?

Carol: não - apertei os olhos e me controlei.

- cadê a Laura?

Carol: está tomando banho. Ela pediu pra não te falar nada com medo de você matar o Rafael.

- é lógico que eu matar essa desgraça, nem precisa ter dúvidas disso.

Carol: sei que vocês resolvem as coisas assim e por mim essa seria a melhor solução, mas eu não sei se a Laura ficaria bem com isso. Ela tem um sentimento de gratidão pelo Rafael que impede ela de fazer qualquer coisa.

- gratidão pelo o que? Por ele ser um filha da puta covarde?

Carol: era ele que estava com ela quando você morreu. Ele ainda era o homem bobinho e apaixonado que ajudou ela a não entrar em depressão.

- isso aí já é passado pô, se eu fizesse só uma parada boa na vida e esperasse que geral lembrasse disso eu tava fudido. Pra ter consideração com a tropa a gente tem suar a camisa todo dia.

Carol: eu sei disso, mas ela não sabe.

Passei a mão na cabeça e respirei fundo de novo.

Que situação de merda, puta que pariu.

Carol: o que você vai fazer?

- eu vou matar esse filho da puta, a Laura pode me odiar pro resto da vida dela se ela quiser, mas enquanto eu tiver vivo e alguém colocar a mão nela é vala pro neguim, tem conversa não.

Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora