Capítulo 8

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Laura narrando

Acordei e passei a mão na cama sentindo ela fria e vazia.

Não é possível.

Sentei rápido e quando olhei em volta vi que estava no meu quarto.

- não, não, não... - a vontade de chorar veio e meu coração se despedaçou em mil pedaços novamente - não é possível que eu estava sonhando de novo, não pode ser, parecia tão real...

Por mais que isso acontece com mais frequência do que eu gostaria e eu já deveria estar acostumada, esse sentimento de decepção é horrível.

- NÃOOOOO - deitei novamente e dei um grito abafado no travesseiro - porque você faz isso comigo de novo? porque cara?

Revirei mil vezes na cama pra aquela sensação de angústia sair de mim, até que senti uma mão me segurando.

Mateus: que foi linda?

Tirei a coberta do rosto e ele estava ali, na minha frente, completamente vivo.

Não foi um sonho.

- AI MEU DEUS - levantei correndo e pulei no colo dele - não foi um sonho, você voltou mesmo - sorri em meios as lágrimas e abracei ele com mais força.

Mateus: caralho Laura... - resmungou e sentou na cama comigo no colo - não sei se tu sabe, mas agora você tá mais gostosa e pesada.

Ele não perde uma oportunidade, incrível.

- eu tô aqui euforia com a sua existência e você tá me chamando de gorda em outras palavras Mateus? - olhei pra ele brava e ele riu.

Mateus: não, eu tô te chamando de gostosa - abaixou o olhar pro decote do meu pijama e sorriu - e bota gostosa nisso.

Ótimo, meu corpo acaba de arrepiar em mil lugares diferentes.

- pelo amor de Deus... - tentei levantei morrendo de vergonha e ele me puxou de volta.

Mateus: fica quietinha aqui sô - me abraçou de novo e fechou os olhos - a quanto tempo eu não acordo e vejo sua cara babada e sinto seu hálito fedorento?

- isso era pra ser um elogio?

Mateus: claro que não - comecei a rir - mas não deixei de ter saudade.

Abracei ele de volta e senti meu coração ficando em paz novamente. Não dava pra explicar essa sensação, mas finalmente eu posso dizer que agora sou a mulher mais feliz desse mundo.

Não demorou pra bola de pelo nomeada como Oliver abrir a porta e pular em cima da gente.

- ei meu amor - fui abraçar ele e o filho da mãe foi direto no Mateus - traição Oliver? Nessa altura do campeonato?

Mateus: deixa o cachorro matar a saudade do pai dele - falou me largando e abraçando o Oliver - né não cara? Também tava com mó saudade de você pulguento.

- pulguento é teu rabo, ele vai no pet shop de 15 em 15 dias querido - levantei e juntei minhas coisas pra tomar banho.

Mateus: tu acredita que ele me acordou? Eu dormindo mó de boa lá na sala e ele pulou em cima de mim chorando e me lambendo.

- ele deve ter tomado um susto quando te viu.

Mateus: Com certeza - riu dando batidinhas na cara do cachorro - por isso eu não dormi nada, fiquei um tempão com ele lá fora.

Quando ele fala um tempão, eu tenho certeza que ele nem fechou os olhos.

- nem sei por quanto tempo eu dormi, quantas horas são agora?

Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora