Capítulo 32

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Mateus narrando

Cheguei em casa já de madrugada, porque o arrombado do bazuca me agarrou na favela e não queria deixar eu meter o pé nem fudendo.

Por isso eu odeio gente bêbada, ou elas ficam um pé no saco, ou esquecem de tudo no outro dia.

Entrei pela cozinha que dava acesso na garagem, e antes de ir deitar resolvi tomar uma água. Minha mente não sabia mais no que pensar, mas o importante é que eu me mantinha de pé e os trampos seguiam firme e forte. Tomei a água em um só gole e quando fui colocar o copo na pia percebi algumas vasilhas sujas. Estranhei, lógico, mas minha raiva só subiu mesmo quando eu cheguei na porta da sala e avistei as duas marmotas dormindo no meu sofá, enquanto passava algum desenho idiota na televisão e a sala toda suja com vasilhas de comida em todo canto.

Porra, mas essas meninas gostam de me ver surtando, namoral.

Olhei bem para a cara das duas, pensei um pouco e resolvi deixar para lá. Eu estava cansado demais para arrumar mais um caô agora, então só respirei fundo e fui subir a escada em direção o meu quarto. Mas antes de ir, senti um bicho peludo mordendo a minha calça. Quando olhei para baixo era o sem noção do Oliver.

Essa merda de nome pegou mesmo.

- qual foi? vai ficar me mordendo aí pulguento? - empurrei com o pé e ele voltou - tá tirando já em - resolvi pegar ele no colo e o safado me lambeu.

Namoral, sou amarradão em cachorro. Acho que dei ele mais para mim mesmo do que para a Laura.

- pô cara, como que tu deixa a sua mãe fazer essa bagunça toda? Você tinha era que morder ela mano - ele me lambeu com o rabo abanando - não vem com essa palhaçada de beijo porque comigo não cola - me lambeu de novo - folgado.

Fiz mais um pouco de raiva nele e terminei de subir a escada com ele atrás. Entrei no meu quarto bem mais tranquilo, mas eu tenho certeza que a paz me odeia, porque quando fitei as coisas da Laura espalhadas na minha cama a raiva foi no talo.

- eu vou matar essa garota, namoral - joguei meu celular na cama e saí do quarto quente para acordar e mandar ela arrumar aquela merda, só que quando cheguei na sala tomei uma puda rasteira.

A filha da puta se virou e a porra do pijama dela abaixou, fazendo com que um dos seus peitos pulasse para fora.

Tá de sacanagem.

Na hora eu lembrei da noite passada, quando eu estava me acabando de chupar esses dois. Como eu queria deitar ali e pegar neles sem querer, já querendo. Ou só de dormir no meio deles já estava daora, até porque não sou exigente.

Ela se mexeu de novo e a realidade bateu junto com as lembranças de tudo que aconteceu depois do nosso amasso. Então para evitar o pior, eu só virei as costas e voltei para o quarto. Papo reto que nunca vou contar para ela o que pegou naquela noite, porque pelo andar da caminhada, essa parada vai fuder a nossa amizade. Sem contar que se ela não acreditar em mim, eu vou ficar com mó cara de palhaço retardado. E sendo bem sincero, se fosse ao contrário eu também não acreditaria.

Peguei os bagulhos dela e joguei tudo no quarto de hóspedes para ela não inventar de me acordar de manhã para pegar qualquer coisa, porque eu juro que se essa parada acontecesse, eu iria dar um tiro nela. Voltei, tranquei a porta e comecei a tirar a roupa para tomar um banho gelado, mas antes de terminar, meu celular começou a chamar sem parar.

Ligação on

- qual foi?

Laís: RD? - falou com a voz embargada.

Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora