Capítulo 36

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Mateus narrando

Namoral meu parceiro, não faço ideia do que eu fiz para merecer essa porrada de bagulho ruim que está acontecendo comigo. É um caô atrás do outro, não dá tempo nem de respirar mané.

Sentei na espreguiçadeira que tinha no quintal e fiquei pensando nessa porra toda ao mesmo tempo. O que mais me pegou de surpreso e que está me deixando intrigado, é o porque e como o filha da puta do Catatau deixou a Laís vim para cá? O que ele acha que eu vou fazer com essa porra aqui? Se não for para ficar no meu pé, foi para tirar férias da encheção de saco da mina e ter um pouco sossego, aí jogou a bomba no meu rabo. Mas namoral? A chatura dela é de menos nessa porra, o foda vai ser se ela abrir o bico perto de algum familiar meu e soltar o que não deve. Por ela ser quem é e do jeito que é, não dá nem para explicar o proceder do porque ela deve manter a boca fechada. O jeito é orar firmão, fazer os corres para manter ela o mais afastada possível da galera e levar ela no banho maria, sem discutir muito e boa. E fora isso ainda tem mais essa da Laura com os papo de hoje lá na praça, que mexeu comigo pra caralho e se bobear mexeu com ela também. Então agora para não parecer um otário de merda com a minha mulher, eu preciso dar assistência dobrada e marcar presença, porque se eu vacilar, a cobrança vai vim em peso depois. Aí não vai adiantar fazer corre nenhum.

Puta que pariu, aonde eu fui me meter?

Eu ainda estava pensando nas mil maneiras diferentes de reverter essa porra e jogar ela ao meu favor, até que escutei alguém se aproximando e levantei a cabeça para olhar. Ainda não acredito que essa mina está aqui.

Laís: essa piscina é linda, é aquecida?

- é - respirei fundo e arrumei a postura.

Laís: nós podíamos dar um mergulho em, eu trouxe três tipos diferentes de biquíni - sentou na espreguiçadeira de frente para mim - mas se você quiser, a gente manda aquele pessoal todo embora e nadamos pelados para matar a saudade - sorriu safada e passou as unhas no meu braço, mas minha mente estava turbilhada demais para pensar nisso agora, ainda mais com ela.

- não tem água aonde você mora não?

Laís: porra RD, qual foi cara? - perguntou perdendo a paciência e tirando a mão de mim - Ou seria Ricardo? Ou Mateus?

- Mateus Ricardo.

Laís: e porque tu nunca me falou? Fiquei toda sem graça quando cheguei aqui e não sabia nem o seu nome.

- só a minha família que me chama assim.

Laís: então eu posso te chamar assim também né? Até porque agora eu faço parte dela.

A vontade de xingar, meter o louco e acabar com essa palhaçada logo estava travada na minha garganta, mas eu tinha que lembrar que endoidar a cabeça agora não iria adiantar porra nenhuma, só iria fazer ela surtar mais ainda e soltar as paradas ao ventos para qualquer um escutar. Eu tinha que ser meticuloso com essa situação, pensar com calma e agir com a cabeça fria.

- pode - respondi seco.

Laís: sabe, eu achei que você ficaria mais feliz em me ver. A gente estava tão próximos pelo telefone - pegou na minha mão para alisar e o meu corpo rejeitou na hora, mas eu não recuei.

- eu odeio surpresas, Laís. Ainda mais na minha casa. Não custava nada tu pegar o telefone e passar a visão que estava descendo para cá.

Laís: para de graça, tu tem uma casa desse tamanho e gosta de ficar sozinho?

- gosto, iae? - perguntei óbvio puxando a minha mão.

Laís: engraçado que a Andressa mora aqui.

- claro, teu pai foi muito educado quando colocou ela no meu encalço por culpa sua - encarei ela - Pergunta pra Andressa lá, como que eu me amarro em ver a cara dela todo dia.

Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora