Duas Vidas - 1 e 2 Parte (REVISANDO)

Capítulo 48

Mateus narrando

Escutei a porta da sala batendo enquanto eu estava sentado na beirada da cama pensando em tudo que acabou de rolar.

Eu sabia que um dia essa merda iria acontecer, mas diferente do que ela disse, eu nunca me preparei pra isso. Até porque não tem como se preparar para perder a Laura. Nem nos meus piores pensamentos eu pensei que fosse doer tanto, porque até eu onde eu conseguia imaginar, seria como uma briga qualquer, onde ela iria berrar e me xingar de todos os nomes, mas depois iria aparecer com aquela cara emburrada procurando por carinho, mas dessa vez não foi assim. Essa foi muito além. Ela realmente colocou um ponto final em uma história de 10 anos. O Bagulho foi tão intenso que ficou parecendo até termino de namoro, com direito a entrega de anel e tudo.

Porra, o anel...

Abri a mão que eu nem percebi que estava fechada e o pequeno anel prateado estava aqui. Com certeza isso me deixa pior do que eu já estou, porque minha cabeça foge para o dia que compramos ele, e principalmente, a promessa que fizemos um para o outro...

Flashback on

Laura: o que você acha de comprarmos alguma coisa que simboliza a nossa amizade? - perguntou sorrindo e empolgada. Pelo visto ela jura que essa foi a melhor ideia que já teve.

Estavamos passeando nas ruas de Gramados, no Rio Grande do Sul. Essa é uma viagem que a Laura pediu de aniversário quando fez 16 anos, mas como não havia ninguém para vim com ela e eu já sou de maior, a tia Carla não teve muita escolha a não ser deixar só nos dois vir. Tivemos que fazer uma promessa diante da bíblia que iríamos nos comportar e que sexo é só depois do casamento.

Eu durmo com a Laura direto, pra que eu iria viajar para outro estrado só para transar com ela? Aquela mulher é maluca.

- algo pra simbolizar a nossa amizade? Te aturar já não é o suficiente não? - ela me encarou indignada e eu ri - Desfaz essa cara aí porque isso é um trampo danado viu?

Laura: então o que está fazendo aqui comigo? Eu poderia chamar outro amigo.

- e você tem outro amigo por acaso? - perguntei já sabendo da resposta.

- não - sorri - mas posso arrumar fácil, fácil. Afinal, não tenho nada que comprove que sou sua amiga.

Foi obrigado até a rir com o argumento da maldita.

- pode crê então, mas pra mim não vai fazer nenhuma diferença.

Laura: problema seu, pra mim vai - direta né? - Eu gosto de ter coisas de pessoas que eu considero especiais na minha vida.

- pessoas? No plural?

Laura: menino deixa de ser ciumento. Eu tenho a minha mãe, ela é muito especial pra mim, sabia?

- ótimo, acabou a lista - ela começou a rir e eu acompanhei.

Laura: Antes de você, eu tinha um colar que ganhei de uma amiga.

- que amiga é essa? - Olhei para ela de canto.

Laura: uma da escola, mas ela foi filha da puta demais e eu joguei fora quando tinha uns 8 anos. Faz parte da vida.

- Então se eu brigar contigo, você vai jogar fora também?

Laura: desde que você não seja um filha da puta comigo, com certeza não - deu de ombros e apertou o meu braço ainda mais forte para se esquentar.