Mais uma chance

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Já dentro do carro, minha mãe me lembra de colocar o cinto. Não entendo bem o porque, mas não estou feliz. Por um segundo penso se tomei a decisão certa, fico lembrando da história que minha vó contou, e do sonho, quando de repente lembro de ontem a noite, quando a maré subiu subitamente e eu juro ter visto uma pessoa atrás de Melyssa. "Será que era uma sereia?", penso, "Mas é claro que não, preciso marcar uma sessão de terapia".

- Mãe, você acredita em sereias? - Pergunto a Alice.

- Não, mas acho muito legal as histórias.

- E você mãe?

- Quando eu era criança sua vó contava várias histórias de sereias pra mim, eu até tinha certeza de que as vi, algumas vezes dentro do mar. - Responde Marcela.

- Mas você acredita?

- São apenas histórias meu amor, isso não existe. - Conclui Marcela.

Entramos no caminho em que vemos o mar bem ao lado na estrada, contemplo fixamente o oceano, quando meu celular toca, olho na tela e é um número desconhecido:

- Alô...

- Oi Elena, é Melyssa, esse é o meu número novo. Eu queria pedir desculpa por ontem a noite, será que a gente pode se ver hoje?

- Eu tô voltando pra casa agora mesmo.

- Como assim? Não faz isso.

- Eu achei melhor voltar mais cedo.

- Não faz isso, sério, a gente tem muita coisa pra viver nesse verão, você precisa voltar.

- Quem é filha? - Pergunta Marcela.

- É a Melyssa mãe.

- Deixa eu falar com sua mãe, por favor.

- Quê? Não!

- Sério, por favor, elas vão entender.

- Não! Melyssa, nós duas, se tinha algo pra acontecer, não vai acontecer mais depois de ontem.

- Não fala isso, suas mães irão ouvir, o que acha que elas vão pensar de mim?

- Ah, tá bom, você tá preocupada com isso?

- Elena me perdoa, eu menti pra você, realmente bebi um pouco, queria que as coisas ontem tivesse saído como eu planejei, mas saíram do controle e eu me descontrolei, me dá só mais uma chance, só mais uma, por favor!

Amando uma SereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora