Perguntas

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- Oi meninas tudo bem por aqui? - Pergunta Alice.

- Tudo bem. - Respondo, sentindo minhas bochechas quentes, me entregarem de alguma forma.

Melyssa coloca os cabelos para trás da orelha e faz com a cabeça que sim, e minha mãe pergunta:

- Como estão seus pais Melyssa? Faz tanto tempo que não os vejo.

- Eles estão bem, trabalhando muito como sempre e exercendo fielmente seus papéis de bons cidadãos cristãos.

- Eles ainda frequentam a igreja?

- Ah, sim, nós todos, pelos bons costumes.

Sinto um pouco de sarcasmo na fala de Melyssa e acredito que minha mãe também sentiu, me pergunto se ela fala sério sobre ainda frequentar a igreja.

- Entendi, e a escola, terminou?

- Terminei sim, e com as melhores notas da turma, em troca de um pouquinho de liberdade sabe, poder sair mais com os amigos, voltar mais tarde...

- E você fez o vestibular?

- Sim, passei pra Direito, mas não tenho certeza se é isso que quero, eu acho que jornalismo é mais minha praia, mas meus pais insistiram que eu tentasse, que eu, você sabe, eles colocam muita expectativa em mim, vou tentar, e vê se gosto, por eles.

- Já tentou conversar com eles, explicar que você não pode suprir todas as expectativas que eles colocam em você?

Melyssa ri ao ouvir minha mãe, e responde:

- Eu com certeza já tentei, mas ter um filho homem quase formado em medicina e uma filha mulher jornalista não parece o ideal para meus pais, infelizmente.

Nesse momento percebo que ela ficou um pouco triste e interrompo a conversa:

- Mãe que tantas perguntas são essas? Acho que Melyssa não quer falar sobre essas coisas.

- Tá tudo bem. - Responde Melyssa.

- Só estamos conversando, você está bem Melyssa?

- Estou sim. - Responde, forçando um sorriso. 

- Tudo bem então, se quiser conversar depois querida, saiba que estou disponível, tenho um carinho muito especial por você, vou deixar vocês colocarem a conversa em dia.

- Obrigada Alice.

Terminando de falar, minha mãe se retira do quarto e ainda fecha a porta, noto que ela percebeu que talvez tenha feito perguntas demais, e por se sentir culpada, abre uma excessão nos deixando "mais a vontade".

- Desculpa pela minha mãe, quando eu for psicóloga, não quero ser assim. - Tento descontrair.

Amando uma SereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora